“A Cidade dos Abismos” conta a história de quatro pessoas que têm as vidas alteradas em uma noite de Natal devido a um evento trágico.
Glória (Verônica Valentino), uma mulher transgênero, se vê em uma situação terrível, onde sua amiga Maya (Sofia Riccardi) é a vítima. Então, juntamente com Bia (Carolina Castanha) e Kakele (Guylain Mukendi), que a partir desse evento têm as vidas interligadas, passam a tentar buscar uma explicação e um ponto final para que possam seguir com suas vidas.
O filme, que traz São Paulo como elemento, além de diversos momentos quase espirituais, em que a trilha sonora domina tudo e as imagens, quase tudo em um tom escuro, dão a impressão de um ambiente pesado, beirando ao opressor.
O intuito era, talvez, mostrar a resolução do problema ocorrido no Natal, mas a direção se perde, usando um tom demasiadamente escuro. Ainda na trama, mostram Glória em um momento sinistro com poucas falas e os tons usados abre a dúvida do que é, de fato, para ser visto naquela cena. Já o submundo de São Paulo, só é mostrando em poucos momentos da produção.
Apesar de retratar uma situação que facilmente poderia acontecer de verdade, por todo o contexto que a cerca, desde pessoas vulneráveis à polícia e pessoas “poderosas”, não fica clara essa conexão. Passa a sensação de ter sido deixado um gancho para ser visto em uma continuação.
A maior sacada, porém, é a introdução do Padre Julio Lancelotti, sendo protagonista de um momento só seu. O padre é conhecido pelo seu trabalho de caridade, luta por pessoas pobres e em situação de vulnerabilidade social, o que agrega valor ao momento em que protagoniza.
“A Cidade dos Abismos” estreou ontem (11 de maio) nos cinemas brasileiros e é distribuído pela Boulevard Filmes em parceria com a Vitrine Filmes.