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As melhores séries com personagens femininas LGBTQIA+ de 2022

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O ano está terminando e vocês já sabem o que vem por aí, né? Ela mesma, o clássico ranking com as melhores séries do ano! Esse é um momento muito esperado pela equipe e espero que por vocês também!

O ano de 2022 foi mais um com uma diversidade enorme de produções com personagens sáficas, passeando por todos os gêneros e streamings, produções nacionais e de diversas partes do mundo. Mas o ano também ficou marcado por mais uma onda de cancelamentos.

Apesar de termos mais espaço para mais conteúdo LGBTQIA+, principalmente nesse momento de ascensão dos serviços de streamings, ambiente que proporcionam mais liberdade para os seus criadores, infelizmente, muitas das produções tem vida curta, e isso vem se tornando cada vez mais recorrente.

E isso reflete também na nossa lista. Apesar da qualidade dessas produções, já que elas estão entre as nossas dez séries preferidas do ano, algumas do nosso ranking, infelizmente, foram canceladas bem mais cedo do que deveriam. Mas, apesar do clima melancólico, é importante enaltecer essas produções e principalmente, assisti-las!

Assim como nos semestres anteriores, a equipe do LesB Out! fez uma grande curadoria das séries do ano, e através de uma votação interna, fechamos uma lista com as dez melhores séries com personagens femininas LGBTQIA+ de 2022.

Falem sobre essas produções, assistam e divulguem!

Confira o nosso TOP 10:

10º: The Sandman – 1ª temporada | por Carol Moreno

Uma das séries mais aguardadas do ano da Netflix, “The Sandman” é baseado na história em quadrinhos de Neil Gaiman, publicadas pela DC Comics inicialmente entre 1988 e 1996. A produção conta a história de Morpheus (Tom Sturridge) (também chamado de Sonho ou Sandman), que é um perpétuo, juntamente com seus seis irmãos: Destino, Morte, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio, entidades responsáveis pela ordem e coesão da realidade. A série se inicia quando humanos, em busca da imortalidade e do retorno de entes queridos mortos, tentam capturar a Morte, mas acabam capturando Morpheus, que fica preso por um século.

Por mais que ainda tenha apenas uma temporada lançada, a série já apresentou mais de um arco da história dos quadrinhos, o que possibilita a apresentação de mais personagens diferentes, e assim, também, mais diversos, juntamente com a escolha nítida da produção da série para que essa diversidade existisse (em termos raciais, de gênero e de sexualidade). Temos nesta temporada algumas personagens femininas sáficas, começando por Johanna Constantine (Jenna Coleman), uma versão de John Constantine, descrita como uma detetive do oculto, sua ex-namorada, Rachel (Eleanor Fanyinka), que acaba presa em seus sonhos ao tentar fugir da realidade, e Judy (Daisy Head), moradora de uma cidade pequena e visitante frequente de uma lanchonete.

Na série também temos Mazikeen (Cassie Clare), aliada de Lúcifer (Gwendoline Christie), que talvez muitos já conheçam da própria série Lúcifer (nos quadrinhos as séries são do mesmo universo), que apesar de não ter sua sexualidade descrita em “The Sandman”, ela é bissexual nos quadrinhos.

9º: Stranger Things – 4ª temporada | por França Louise

“Stranger Things” voltou para sua quarta temporada com tudo. O site da Netflix chegou a ficar fora do ar no dia da estreia. A série só perdeu o posto de maior estreia do ano para “Wandinha”, mas ainda sim, é de longe um dos carro-chefes do streaming.

Nesta temporada, existem três núcleos: Hawkins, Rússia e Califórnia. Boa parte da temporada toda não houve interligações entre os núcleos, mas foi interessante ver como se desenvolveram. O núcleo de Hawkins com certeza roubou a cena com Max (Sadie Sink), Lucas (Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo) e companhia, além da adição de Eddie (Joseph Quinn), já que eles basicamente tinham mais internações com o mundo invertido, mesmo sem a presença de Eleven (Millie Bobby Brown). Já com ela, voltamos no passado e tivemos algumas respostas para questões que estavam em aberto desde a primeira temporada.

Uma das coisas mais interessantes foi ver o desenvolvimento da amizade de Robin (Maya Hawke) e Nancy (Natalia Dyer), esperamos que na próxima temporada tenhamos mais dessa dupla, e além disso, vimos um crush para Robin (finalmente) que mesmo tendo sido pouco desenvolvido, cria uma certa esperança de que na próxima temporada aconteça algo mais.

8º: Paper Girls – 1ª temporada | por Carol Moreno

Divulgada como a versão do Prime Video de “Stranger Things”, “Paper Girls” conta a história de quatro meninas adolescentes muito diferentes entre si, Erin (Riley Lai Nelet), Mac (Sofia Rosinsky), Tiffany (Camryn Jones) e KJ (Fina Strazza), que são entregadoras de jornal em 1988. Durante a sua rota de entrega no Dia do Inferno (o dia após o Halloween), situações estranhas acontecem e as garotas acabam viajando no tempo para 2019, onde encontram a versão adulta de Erin (Ali Wong) e ficam envolvidas na luta entre facções do futuro que querem controlar a viagem no tempo. A série é baseada nos quadrinhos de Brian K. Vaughan.

Apesar da divulgação, a série não é como a da plataforma de streaming concorrente, focando na vivência das meninas descobrindo o que crescer e se tornar uma pessoa diferente do esperado (por elas mesmas e pelos outros) significa, tudo isso envolto na temática da viagem no tempo. Dentre outras tramas, acompanhamos KJ, que apesar de ser a menina vista como privilegiada entre as amigas, por ser de uma família com dinheiro, não parece se sentir confortável com tudo aquilo e não se sente pertencente. Ao encontrar no futuro a sua versão adulta, a adolescente descobre que tem uma namorada, o que a coloca no caminho de entender sobre seus sentimentos. Além disso, é subentendido que KJ sente algo por sua amiga Mac.

Infelizmente, a produção não terá uma segunda temporada, se juntando às muitas séries com personagens sáficas canceladas esse ano. A história já está completa nos quadrinhos, lançado em seis edições, e podem ser encontrados nas livrarias.

7º: Home Economics – 1ª e 2ª temporada | por Grasielly Sousa

“Home Economics” poderia ser apenas mais uma comédia familiar da fórmula que o canal americano ABC aperfeiçoou nos últimos anos. E ela realmente usa bastante dessa fórmula de sucesso, que já trouxe nomes como “Modern Family” e “Black-ish”, mas ao longo da primeira e segunda temporada, que chegou ao Brasil este ano no Prime Video, a série vai construindo a sua própria identidade, com um elenco competente e carismático e um roteiro que sabe aproveitar ao máximo do potencial de cada um. A produção acompanha a relação de três irmãos (interpretados por Topher Grace, Caitlin McGee e Jimmy Tatro) e a situação financeira de cada um: um pai solteiro, recentemente divorciado e extremamente rico; um escritor tentando escrever um novo best-seller depois do fracasso do último livro, classe média com três filhos; e a irmã desempregada, vivendo em um apartamento minúsculo com a esposa e duas crianças.

O casal formado por Sarah (personagem da McGee) e Denise (Sasheer Zamata) trazem uma representatividade que ainda é difícil ver nos dias de hoje: um casal já de longa data, com filhos, em uma outra fase da vida, e isso no palco principal, não como secundárias. Em tantos anos com comédias familiares em alta, é ótimo poder ver finalmente a nossa realidade sendo retratada e de uma maneira tão bem feita e cheia de coração.

6º: Warrior Nun – 2ª temporada | por Pollyelly Florêncio

Após dois anos de espera, finalmente tivemos a segunda temporada de “Warrior Nun”, na Netflix. Uma série que desde o seu inicio apresentou uma premissa interessante, a existência de um grupo secreto de freiras guerreiras que luta contra demônios, e que é comandado por uma irmã que possui um objeto divino capaz de lhe dar poderes (o halo).

A segunda temporada superou todas as expectativas, principalmente no quesito de efeitos especiais, algo pelo qual havia recebido muitas críticas no primeiro ano. Além disso, tivemos novamente cenas de luta incríveis e muito bem coreografadas, com excelentes planos sequência, e a melhor parte, arco de desenvolvimento de todos os personagens que conhecemos, nos apresentado novos lados dessas personagens, e acrescentando camadas interessantes em suas personalidades.

Mas não vamos esquecer do maravilhoso desenvolvimento do casal formado por Ava (Alba Baptista) e Beatrice (Kristina Tonteri-Young), essencial para o desenvolvimento dessas duas personagens, para o amadurecimento de Ava, e para que a Bea pudesse se permitir superar algumas questões que envolviam a sua sexualidade, até mesmo seu jeito rígido.

Infelizmente, mesmo com uma temporada incrível, e uma história que tinha espaço para mais desenvolvimento, a Netflix anunciou o cancelamento da série, deixando mais uma vez o mundo sáfico em prantos.

5º: Gentleman Jack – 2ª temporada | por Shirley Pinheiro

Na 5ª posição do nosso ranking temos “Gentleman Jack”, a série que conta a história real de Anne Lister (Suranne Jones) e Ann Walker (Sophie Rundle), baseada nos históricos cadernos de Lister, que registrou seus casos amorosos e questões latifundiárias em códigos por ela criados.

Em sua segunda temporada, a série nos apresenta uma Anne Lister ainda mais ambiciosa, na tentativa de expandiu seus negócios e suas prioridades, ao mesmo tempo em que concilia a relação com Ann Walker, após a cerimônia não oficial de casamento. Já sua esposa, enfrenta a família e os próprios conflitos de consciência ocasionados pela sua relação condenada pela sociedade.

É indispensável exaltar a química entre as atrizes Suranne Jones e Sophie Rundle, vê-las em cena é sempre prazeroso e encantador. Mas, infelizmente, a série foi cancelada pela HBO após o encerramento da segunda temporada.

4º: Heartstopper – 1ª temporada | por Carol Moreno

Lançado na Netflix em abril deste ano, “Heartstopper” é a adaptação dos quadrinhos de Alice Oseman, e mostra a vida dos adolescentes Charlie (Joe Locke) e Nick (Kit Connor) durante o ensino médio, juntamente com seus amigos, e o desenvolvimento do romance entre eles.

A produção mostra, mesmo que com percalços, uma experiência leve de ser um adolescente LGBTQIA+, e a diferença que faz ter apoio, tanto de amigos quanto família. Além dos protagonistas, que são um garoto gay e outro bissexual, a série também traz representatividade feminina LGBTQIA+, com Ellie (Yasmin Finney), uma das melhores amigas de Charlie que é uma garota transgênero, e Tara (Corinna Brown) e Darcy (Kizzy Edgell), duas garotas que foram melhores amigas por anos e agora vivem as novas experiências de serem um casal.

3º: A Vida Sexual das Universitárias – 2ª temporada | por Grasielly Sousa

“A Vida Sexual das Universitárias” rapidamente conquistou o público e se tornou uma das queridinhas da atualidade e com muito razão. Com um texto leve e sagaz, a comédia consegue tirar boas risadas de qualquer situação. E nesse segundo ano eles conseguiram se superar ainda mais! O quarteto Kimberly (Pauline Chalamet), Whitney (Alyah Chanelle Scott), Bela (Amrit Kaur) e Leighton (Reneé Rapp) já provou desde seu início entregar uma química contagiante, que sempre é garantido bons momentos para os telespectadores com as amigas em cena. Mas, para além disso, a produção da HBO Max consegue entregar personagens cativantes e bem construídos, e isso também fora do núcleo principal.

Na segunda temporada, Leighton ganhou mais destaque, e com a liberdade de ser quem ela realmente é, agora fora do armário, rendeu momentos incríveis, tanto na “pegação” como também em reflexões sobre esse momento único em sua vida (até o momento), de poder agir sem se esconder e sem medo. Não é sempre que vemos uma produção acertar tão bem no desenvolvimento de uma personagem lésbica, e quando isso acontece é necessário que seja reconhecido.

A produção usa de clichês para distorcê-los ou tirar piada deles, e trazer temas importantes de uma forma descontraída e obviamente com muito humor. Mindy Kaling, criadora da série, acertou mais uma vez a mão nessa segunda temporada. Por mais que o final possa dividir opiniões, isso não tira o brilho de uma das comédias mais divertidas do ano. E no meio de tanto cancelamento, é um respiro ver uma série inclusiva e tão boa como essa conseguindo se salvar e já ser renovada.

2º: Hacks – 2ª temporada | por Karolen Passos

Esta não é a primeira vez que a produção criada por Lucia Aniello (“A Noite é Delas”), Paul W. Downs (“Broad City”) e Jen Statsky (“The Good Place”) entra em nosso Top 10 (ou 9) de Melhores do Ano. Durante o ano passado, a primeira temporada da série ficou em sétimo na matéria da metade do ano e terceiro na do final do ano. E este ano, ela brilhou em nosso primeiro lugar na metade do ano e agora conquista o segundo.

A trama conta a história de Deborah Vance (Jean Smart), uma lendária comediante de Las Vegas, e Ava (Hannah Einbinder), uma escritora de 25 anos, que acabou de perder um contrato. O segundo ano da produção foi o que podemos classificar como um primor da comédia norte-americana. Os roteiristas souberam utilizar do que há de melhor em seus personagens e permitiu que suas trajetórias tivessem um crescimento espetacular.

Para além disso, a química entre o elenco, em especial, Smart e Einbinder, é palpável, e conforme o espectador assiste se sente parte da família de “Hacks”. A representatividade LGBTQIA+ está em dia, principalmente, no episódio “The Captain’s Wife”, o quarto da segunda temporada.

A premiada “Hacks” é tudo isso que você está pensando e muito mais, por esta razão, merece o segundo lugar da nossa lista. A série está disponível na HBO Max.

1º: A League of Their Own – 1ª temporada | por Grasielly Sousa

Baseado no filme de mesmo nome, “A League of Their Own” veio não apenas com a missão de agradar os fãs dessa obra tão marcante dos anos 1990, mas também para corrigir alguns problemas datados do longa. A produção da Prime Video tem como base uma liga que de fato existiu nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, e apesar do seu antecessor ter escondido pontos como a sexualidade das participantes dessa liga, nessa nova versão esses fatos são abraçados e enaltecidos.

Criada por Will Graham (“Mozart in the Jungle”) and Abbi Jacobson (“Broad City”), a série conseguiu em seus oito episódios trazer um retrato de como era a vida dessas mulheres em um período onde falar sobre sexualidade era algo extremamente difícil. E a forma como essa questão é trabalhada, com diálogos importantes e extremamente bem feitos, que ficam presos na mente do telespectador e nos faz refletir.

Com um texto afiado, personagens cativantes e com personalidades tão distintas e reais, e um capricho singular na parte técnica, a produção foi um dos grandes destaques de 2022 e conseguiu com louvor o ponto mais alto do nosso pódio. “A League of Their Own” é uma série necessária e feita com todo o carinho que merecemos. Agora só precisamos da renovação. Prime Video, por favor não nos decepcione.

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