Cinema

A importância das produções de época com protagonismo feminino LGBTQIA+

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As produções de época são um clássico do entretenimento, e quando envolvem mulheres LGBTQIA+ são ainda melhores. Muitas destas retratam pessoas reais que tiveram sua sexualidade apagada, e são apenas retratadas como mulheres reclusas ou quando casais somente como amigas. Alguns dos conteúdos produzidos nos últimos tempos procura mudar essa visão para o grande público e retratar a pessoa histórica de forma mais próxima da realidade. 

Um dos melhores exemplos recentes é Dickinson, série da Apple TV+, criada por Alena Smith, que mostra de maneira livremente inspirada a vida da poetisa americana Emily Dickinson (1830-1886). A série foi finalizada em 2021 e chegou a ganhar um prêmio Peabody.

Existe também o longa-metragem Ammonite (2020) que conta a história da paleontóloga inglesa Mary Anning, que realizou grandes descobertas de fósseis. O filme é baseado em uma narrativa sobre o romance de Mary com a geóloga Charlotte Murchison. A produção causou muito hype ao trazer as atrizes Kate Winslet e Saoirse Ronan para interpretar Mary e Charlotte.

Há histórias retratadas que não apresentam nenhum personagem histórico, mas apenas tem a intenção de passar a vivência de uma determinada época e que, neste tempo, haviam mulheres que se relacionavam com outras mulheres: Retrato de uma Jovem em Chamas (2019), longa francês da diretora Céline Sciamma, conhecida por trazer a temática LGBTQIA+ para suas produções, foi o queridinho dos críticos e de premiações. Ele retrata o encontro de uma jovem pintora, Marianne (Noémie Merlant), e de uma jovem noiva que se recusa a ser retratada, Héloïse (Adèle Haenel), toda a construção da relação entre as duas e do quadro de Marianne, o retrato de uma jovem em chamas. A trama se passa no século 18, em que era comum os casamentos arranjados e o ato de enviar pinturas para que seus pretendentes os conhecessem. Todos os costumes, vestimentas e locações remetem à ideia dessa época.

“Retrato de uma Jovem em Chamas” – Adèle Haenel como Héloïse e Noémie Merlant como Marianne

Existem outras produções que procuram colocar mulheres LGBTQIA+ em contextos de época:

  • “A Favorita” (2018) – a história contada sobre a Inglaterra do século 18, sob o comando da Rainha Anne (Olivia Colman), mostra sua relação com as duas damas de companhia Sarah Churchill (Rachel Weisz) e Abigail (Emma Stone);
  • “Adeus, Minha Rainha” (2012) – mostra a França de 1789, na corte de Maria Antonieta (Diane Kruger), agitada por conta dos acontecimentos que precedem a tomada da Bastilha e a relação entre a rainha e a Duquesa de Polignac (Virginie Ledoyen);
  • Gentleman Jack (2019) – considerada uma mulher à frente do seu tempo, Anne Lister (Suranne Jones) vivia para desafiar as convenções sociais e de gênero, não só pelas suas vestimentas e romances com mulheres, que foram amplamente relatados em seus diários, mas também por ser uma empresária e dona de propriedades, coisas incomuns para mulheres na Inglaterra do século 19;
  • Elisa y Marcela (2019) – conta a história do único casal lésbico (de que se tem notícia) que realizou, pela Igreja Católica, em 8 de junho de 1901, na Região da Galícia, o casamento. Ambas se conheciam desde a adolescência e a forma que encontraram de se casar foi vestindo Marcela (Greta Fernández) como o primo Mário e assim foi realizada a cerimônia. Apesar de todos os problemas ocorridos após a descoberta do disfarce, o que se sabe é que Elisa e Marcela viveram por anos juntas, na Argentina, tempos depois;
  • The World to Come (2020) – duas mulheres que vivem reclusas, se tornam vizinhas e começam a construir uma relação apesar de ambas já serem casadas com homens. A história se passa no estado de Nova York em 1850.

A maioria das produções estão disponíveis nos streamings, somente “The World to Come” e “Ammonite” que estão disponíveis apenas para aluguel na Apple TV+ e no Google Play Filmes.

Bombando

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