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Resenha | Princesa da Magia – como se fosse uma animação da sessão da tarde

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Ficha Técnica
Livro: Princesa da Magia (Femme Fatale)
Autor: Clara Alves
Editora: Independente
Número de Páginas: 85
Ano de Lançamento: 2020


Lançamento de 2020, “Princesa da Magia” é o primeiro conto publicado da antologia “Femme Fatale”, em que doze autoras nacionais fazem releituras de grandes heroínas da literatura. A autora Clara Alves, primeira da fila, baseia sua história na vida de Mégara, da mitologia grega.

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A narrativa do livro é ambientada em Rosália, o reino tropical do continente de Creontes. Lá é muito verde e a terra é sempre muito viva, porém, quando os protetores do local descobrem um desequilíbrio na magia que sustenta o reino, Meg, a princesa de Rosália e espiã da rainha recebe a missão de descobrir a verdade.

Ela é uma garota de 17 anos que mora em Araponga (capital do reino) com a sua mãe Helena, a rainha e sua madrasta Alexandra. A personagem principal é autêntica, corajosa, feminista e nada inocente. Desta forma, a princesa-espiã precisa se infiltrar na casa do Conde Ítalo Albani, no reino vizinho, como noiva de seu filho Hélder e descobrir os planos do homem. Entretanto, nem tudo sai como esperava quando ela conhece Yara, uma garota charmosa e sarcástica, prometida ao Conde, ou seja, a futura condessa de Baia.

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“E por acaso é possível controlar o coração de alguém? Se assim fosse…”

De início, o conto apresenta um prólogo com muitas informações e descrições do seu universo que torna um pouco difícil a compreensão e o envolvimento com a história. Depois disso, a narrativa flui melhor e você se ambienta mais fácil. O mundo criado por Clara Alves é muito denso, e talvez o único defeito seja esse, o excesso de conteúdo e sua complexidade torna atribulado devido ao seu formato curto, o ideal, acredito, seria um livro maior, com mais possibilidade de exploração.

O desenvolvimento do romance merecia mais destaque e mais espaço, assim como a vida da personagem principal, seus problemas com o pai e seus poderes. Entretanto, por se tratar de um conto, a autora soube conduzir bem a pouca quantidade de páginas, além da escrita ser fluida e acessível. Outro ponto positivo da história é a crítica social ao governo que se assemelha muito a realidade do nosso país.

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“Aqueles com pensamentos retrógrados e conservadores, egoístas e cruéis se sentiam ameaçados com a liberdade que o povo começava a ter. E isso ameaçava seu controle sobre os mais fracos e sua soberania. Enquanto a intolerância continuasse a governar condados, as rebeliões continuariam a acontecer.”

De modo geral, o conto é uma boa pedida para passar o tempo e se apaixonar pela forma como Clara Alves constrói seus personagens, até porque Meg e Yara são mulheres incríveis que sabem lutar por suas causas. Além disso, a narrativa tem uma vibe de filme de sessão da tarde, como se fosse uma mistura das animações “Moana: Um mar de aventuras” e “A princesa e a plebeia”, porém com um romance sáfico.

Bombando

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