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Pro Mundo (Out!) | Ashley Collins – e a vida pós a autodescoberta

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Ashley Collins (Natasha Callis) é uma enfermeira lésbica e uma das protagonistas da série “Nurses: Plantão de Enfermagem”. Ela se mostra aberta sobre sua sexualidade desde o primeiro segundo da série, sem questionamentos internos, trazendo uma visão do mundo pós autodescoberta.

Com uma personalidade forte, pode ser difícil gostar da personagem logo de primeira, afinal, ela, definitivamente, não é daquelas que você se apaixona à primeira vista. Por conta das decepções que ela passou durante a vida, ela decidiu se fechar um pouco para o mundo. Isso muda, primeiramente, quando ela conhece Grace (Tiera Skovbye) e as duas formam uma amizade inimaginável, entretanto, muito importante. Ashley vai se abrindo e se mostrando uma pessoa doce, empática e leal. Ela se arrisca pelos pacientes e amigos, às vezes, até mesmo sem pensar nas possíveis consequências, o que a coloca em risco em algumas situações.

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A personagem vem de uma família extremamente católica, deixando claro durante sua trajetória na série o quanto isso afetou a relação familiar. Por mais que ela tenha uma carreira de sucesso sendo enfermeira em um hospital importante, totalmente independente dos pais e tendo construído a vida sozinha, isso não basta, pois, segundo sua família, ela deveria ser heterossexual.

Este é um dos pontos mais interessantes e importantes da personagem: a sua relação com a religião. Apesar de ter sido excluída de sua família por causa disso, Ashley não acredita que a religião em si seja o problema, mas sim as pessoas. Ela cresceu tendo uma forte fé, teve momentos de descrença quando viu a forma que era tratada, contudo, mais tarde, entendeu que a fé e a conexão com uma religião, para ela, são mais significativas do que as coisas que as pessoas faziam/falavam para ela.

A enfermeira representa a parte de desenvolvimento de personagens sáficas em que o processo de dúvida e descoberta da sexualidade já foi superado, vivendo em um momento em que ela controla a própria vida e a sexualidade é o menor dos problemas. Por outro lado, em alguns momentos Ashley aparece um tanto solitária.

Os conflitos em relação ao desenrolar de sua vida amorosa são relacionados ao sucesso no trabalho ou ao sucesso de seu interesse amoroso. Fica a impressão de que para ser uma mulher lésbica bem-sucedida, os relacionamentos e paixões precisam ser deixados em segundo plano, porque ela precisa passar bastante tempo se afirmando como uma boa enfermeira.

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Por mais que tenham os pontos positivos no desenvolvimento da personagem nas duas temporadas, Ashley não representa um mundo ideal, exatamente porque esse mundo não existe. Entretanto, ela consegue representar muito bem o “o que acontece depois de sair do armário?”, sendo possível ver que existe vida, sucesso profissional, paixões e amizades.

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