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As melhores séries com personagens femininas LGBTQIA+ de 2023 até o momento

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O primeiro semestre terminou e chegou o momento do nosso clássico e querido ranking! É hora de analisar todas as produções com representatividade LGBTQIA+ do ano até o momento e escolher as preferidas da equipe do LesB Out!.

Apesar dos cancelamentos sem fim (incluindo algumas da lista), as personagens sáficas nas séries de TV (e streaming) continuam resistindo e ocupando espaços em todos os gêneros, live action e animações, muitas terminando antes da hora, mas todas ocupando um espaço extremamente importante, com representatividade de qualidade, mostrando diversas vertentes da mulher LGBTQIA+.

LesB Cast | Temporada 3 Episódio 08 – as melhores séries de 2023 até o momento

O streaming continua sendo a nossa principal fonte de produções, dessa vez ocupando sete das dez posições, algo que mostra não apenas a revolução que essas novas plataformas vêm causando na nossa forma de consumir séries de TV, mas também como elas se tornaram uma plataforma para a diversidade, mesmo com os problemas de manter essas produções vivas por muito tempo.

A equipe do LesB Out! selecionou as produções lançadas até junho de 2023 e, através de uma votação interna, fechamos esta lista com as dez melhores séries com personagens femininas LGBTQIA+ de 2023 até o momento.

Confira a lista:

10º: Dois Tempos – 1ª temporada | por Monica Teixeira

“Dois Tempos” é uma série que trabalha com passado e futuro. Primeiro conhecemos Paz (Sol Menezzes), uma influencer que vive em 2022 e está sendo cancelada pelos seus fãs da internet e sente que seu mundo acabou nesse momento. Depois somos apresentadas a Cecília (Mari Oliveira), uma mulher lésbica, escritora, que vive em 1922 e está sendo forçada a casar com um homem. 100 anos separam as duas mulheres, até que, em uma vibe “Se Eu Fosse Você”, as duas acordam com os corpos trocados.

A princípio o mundo em 1922 parece um pesadelo para Paz e o mundo de 2022 parece o paraíso para Cecília, até que as duas notam que não viajaram no tempo à toa e que tem muito mais em comum do que jamais poderiam imaginar, mesmo com 100 anos de diferença. “Dois Tempos” fala sobre feminismo do início ao fim, deixando claro que a força e a união entre mulheres precisam ultrapassar o espaço-tempo.

9º: Daisy Jones and The Six – Minissérie | por Bruna Fentanes

“Daisy Jones and The Six” é uma minissérie baseada no livro de mesmo nome, que retrata a ascensão e queda de uma banda de rock nos anos 1970. A história é apresentada em formato de documentário, revelando os segredos por trás da separação da banda. Os personagens principais, Billy Dunne e Daisy Jones, interpretados por Sam Claflin e Riley Keough, respectivamente, possuem uma química intensa que cativa os espectadores, embora às vezes ofusquem os demais personagens. No entanto, a adaptação expandiu o arco da personagem Simone (Nabiyah Be), melhor amiga de Daisy, proporcionando-lhe um enredo próprio ao retratar sua busca por sucesso na carreira musical enquanto enfrenta os desafios de ser uma mulher negra e sáfica nos anos 1970.

Uma das qualidades da produção é o destaque dado às personagens femininas, que não se rendem às limitações da época e mostram que são merecedoras de seu espaço. Daisy Jones, Camila Dunne (Camila Morrone), Karen Sirko (Suki Waterhouse) e Simone Jackson são personagens que merecem reconhecimento, tanto por suas atuações impecáveis quanto por suas histórias envolventes. “Daisy Jones and The Six” é uma adaptação bem-sucedida, transformando a minissérie em um espetáculo emocionante que cativa o público.

8º: As Five – 2ª temporada | por Gi Moraes

“As Five”, disponível no GloboPlay, continua a história de Benê (Daphne Bozaski), Ellen (Heslaine Vieira), Keyla (Gabriela Medvedovski), Lica (Manoela Aliperti) e Tina (Ana Hikari), cinco amigas que conhecemos em “Malhação: Viva a Diferença“, agora como jovens adultas. Após anos separadas, as amigas se reencontram em uma situação nada agradável, com isso elas voltam a conviver umas com as outras e aprendem a lidar com as novas versões de si mesmas.

O foco da segunda temporada está nas relações amorosas das personagens, o que é estar apaixonada e como lidar com uma relação amorosa. Ellen descobre que também gosta de mulheres quando se apaixona por uma colega de trabalho. Nenhum problema nisso, só que a sua melhor amiga Lica também está apaixonada pela mesma mulher. A série traz a perspectiva dos jovens adultos brasileiros lidando com a transição dessa época da vida. Narrativamente e fotograficamente, a série não tem inovações, mas é gostosa de assistir. A terceira temporada já foi confirmada e está gravada, ainda sem data de estreia confirmada.

7º: A Casa Coruja – 3ª temporada | por Grasielly Sousa

A Casa Coruja” terminou sua história na terceira temporada, com três episódios especiais de 50 minutos cada, disponíveis no YouTube da conta oficial da Disney Channel. Infelizmente, mais uma produção com protagonista LGBTQIA+ que foi encerrada antes da hora, mas, felizmente, teve tempo suficiente para concluir sua história. E apesar da dificuldade de encerrar uma narrativa antes do momento esperado, Dana Terrace e sua equipe conseguiram fazer um trabalho extraordinário, trazendo todos os elementos que conquistaram os corações dos fãs de forma belíssima.

A animação da Disney se mostrou ser uma produção com uma história complexa, personagens bem desenvolvidos e carismáticos, trazendo temas importantes para serem discutidos por todos: crianças e adultos; como a importância de autoaceitação e do respeito pelo próximo. Além disso, “A Casa Coruja” traz a primeira animação da Disney com uma protagonista bissexual, trazendo Lumity, um relacionamento extremamente bem feito e encantador entre Luz (Sarah-Nicole Robles) e Amity (Mae Whitman). A equipe conseguiu focar nos pontos importantes da trajetória da Luz e trazer uma das melhores temporadas finais do ano.

6º: Com Carinho, Kitty – 1ª temporada | por Bruna Fentanes

“Com Carinho, Kitty” é um spin-off da trilogia “Para Todos os Garotos que Já Amei” que acompanha a história de Kitty Song Covey (Anna Cathcart). Determinada a se conectar com as memórias de sua mãe e se aproximar de seu namorado por correspondência, Dae (Minyeong Choi), Kitty se muda para Seul, onde sua mãe estudou e coincidentemente, Dae estuda. No entanto, Kitty descobre que ele está namorando Yuri (Gia Kim), uma garota que esconde seu relacionamento verdadeiro com outra garota.

A produção é uma dramédia romântica teen com elementos coreanos, que apresenta relacionamentos surgindo e se desfazendo rapidamente, refletindo a jornada de autoconhecimento dos adolescentes. Com duas personagens sáficas no elenco principal, “Com Carinho, Kitty” busca dialogar com o público adolescente, retratando a vivacidade e os conflitos emocionais da juventude. Com seu enredo envolvente e episódios curtos, a série conquista e continua o legado da franquia “Para Todos os Garotos que Já Amei”, enquanto a autora e roteirista, Jenny Han, explora terrenos desconhecidos ao explorar a sexualidade de sua personagem principal de forma cativante e admirável.

5º: A Maravilhosa Sra. Maisel – 5ª temporada | por Karolen Passos

A produção criada por Amy Sherman-Palladino fez seu grand finale este ano, encerrando um ciclo de cinco temporadas sobre a comediante de stand-up Midge Maise (Rachel Brosnahan) e sua agente Susie Myerson (Alex Borstein). Durante este tempo, havia uma dúvida sobre a sexualidade de Susie, algo que foi explorado nesta última temporada e confirmado para o público.

A série teve uma temporada final com mais altos do que baixos, com episódios dignos de indicações ao Emmy e Globo de Ouro, e cenas para rir até a barriga doer ou desidratar de tanto chorar. Por fim, a quinta posição é mais do que merecida para “A Maravilhosa Sra. Maisel”, que entregou momentos espetaculares de representatividade LGBTQIA+.

4º: Grease: Rise of the Pink Ladies – 1ª temporada | por Bruna Fentanes

“Grease: Rise of The Pink Ladies” é uma série de prequel do musical “Grease: Nos Tempos da Brilhantina”, ambientada em 1954, que explora a origem da gangue das Pink Ladies. A narrativa acompanha Jane (Marisa Davila), que se une a três párias sociais, Olivia (Cheyenne Isabel Wells), Cynthia (Ari Notartomaso) e Nancy (Tricia Fukuhara), no intuito de iniciar uma revolução no Rydell High. Cynthia é uma personagem que foge dos padrões de feminilidade, uma verdadeira moleca que sonha em se juntar aos T-Birds. Durante sua jornada, ela é forçada a participar do grupo de teatro da escola, onde conhece Lydia (Niamh Wilson), uma atriz dedicada. Inicialmente, Lydia desaprova as habilidades artísticas de Cynthia, mas à medida que treinam juntas, sentimentos reais começam a surgir, levando-as a um relacionamento amoroso. A série aborda a descoberta de identidade e sexualidade de Cynthia, que tem um momento sensível de saída do armário ao lado de sua melhor amiga, Nancy.

Embora “Grease: Rise of The Pink Ladies” tenha sido cancelada prematuramente após uma temporada, a série consegue mesclar perfeitamente a década de 1950 com referências modernas da geração Z. É uma produção revigorante que aborda questões como racismo e sexismo, além de proporcionar momentos nostálgicos para os fãs do musical original. Apesar das músicas não serem tão cativantes quanto no musical original, a produção se destaca nos detalhes, nas menções ao filme e na representatividade e diversidade do elenco. Infelizmente, o cancelamento prematuro da série impediu que sua história e as personagens principais, que possuíam grande potencial, fossem mais exploradas. A produção deixou a sensação de que poderia ter se tornado uma narrativa épica, mas infelizmente acabou antes de atingir seu auge.

3º: Harlem– 2ª temporada | por Pollyelly Florêncio

O pódio é muito mais do que merecido para a segunda temporada de “Harlem”. A produção não apenas trata muito bem das questões sáficas que propõe, como também é uma das melhores séries atuais com representação negra. Séries sobre amizade não são incomuns, mas, pela primeira vez, podemos acompanhar uma narrativa sobre amizade e o crescimento de mulheres negras. Com um elenco predominantemente negro e em um ambiente que a todo momento está explorando a cultura negra, o Harlem, o roteiro nos mostra que é possível falar dessas mulheres, de suas individualidades, suas relações, sem cair nos estereótipos que estamos acostumadas, e principalmente, sem ter como tema central o racismo.

“Harlem” é uma série leve e engraçada, que acerta muito no tom e no momento para o humor, ainda assim, não deixa de abordar questões relevantes para o crescimento das personagens, principalmente, nesta segunda temporada, com os problemas psicológicos de Quinn (Grace Beyers) ou a escolha de Camille (Meagan Good) quanto a querer ou não engravidar.

De todos os acertos deste ano, destaque para os arcos de Quinn e Angie (Shoniqua Shandai), que ganharam mais espaço, permitindo que o público conheça as diversas camadas dessas personagens que cresceram muito da primeira temporada para cá, e que foram de longe as duas melhores personagens da temporada.

2º: The Last of Us – 1ª temporada | por Amanda Aldério

Baseada na história dos videogames, a primeira temporada de “The Last of Us” foi lançada pela HBO, sendo aclamada como uma das melhores adaptações e produções do ano. Em resumo, conta a história de um mundo pós-apocalíptico e acompanha a jornada de Joel (Pedro Pascal) atravessando os Estados Unidos para entregar Ellie (Bella Ramsey) para um grupo que tem a intenção de fazer uma vacina e curar o mundo da infecção causada pelo Cordyceps.

Na adaptação, o produtor do jogo e showrunner da série, Neil Druckmann, usou a possibilidade para se aprofundar mais na história de alguns personagens que fizeram parte do jogo. No episódio três, temos isso na história de Bill (Nick Offerman), um homem que se denomina ‘sobrevivencialista’, e Frank (Murray Bartlett), onde eles se conhecem, se apaixonam e vivem uma grande história de amor em meio ao caos do mundo. Um pouco mais à frente, é adaptado também a DLC do jogo, onde vemos a protagonista Ellie interagindo com sua melhor amiga (Storm Reid) por quem ela tem sentimentos românticos.

A série figura entre as melhores, porque além de unir uma história de muito sucesso com uma superprodução, o desenrolar e o aprofundamento mostra e afirma coisas que talvez não estivessem claras, como o próprio relacionamento de Bill e Frank. Ao longo dos episódios, foi sendo mostrado também que é mais do que apenas sobreviver em um mundo caótico, é sobre o que fazer com a sua sobrevivência e o que essa escolha faz com você, o que ela te torna e quais as consequências disso tudo.

1º: Yellowjackets – 2ª temporada | por Karolen Passos

Criada por Ashley Lyle e Bart Nickerson, “Yellowjackets” teve uma primeira temporada triunfal e conseguiu retornar para um segundo ano ainda mais surpreendente. A série, que traz uma equipe de jogadoras de futebol do ensino médio que se tornaram sobreviventes de um acidente de avião nas florestas de Ontário, é de tirar o fôlego em todos os quesitos: atuação, roteiro, direção, arte, trilha sonora, tudo mesmo.

A segunda temporada conseguiu nos surpreender positivamente e ultrapassar as expectativas. Trazendo um clima sombrio, dilacerante e impactante. “Yellowjackets” segue no ranking de uma das melhores produções feitas nesta última década, trilhando um caminho admirável. A produção se consagra no quesito “novo”, já que, quando paramos para analisar, não há nada comparável nos últimos tempos.

Com episódios dignos de aplausos de pé e atuações capazes de ultrapassar qualquer expectativa, a série leva a medalha de ouro e se consagra como a favorita da nossa redação até o momento.


O que vocês acharam do nosso ranking? E para vocês, quais foram as melhores séries do semestre? Comenta aí com a gente!

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