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LesB Saúde | Bissexualidade e Autismo

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Antes de começar esse texto, eu gostaria de deixar bem claro que este artigo é baseado apenas em minhas experiências pessoais, logo, não é uma verdade absoluta. Lembrando que, é de suma importância ouvir/ler/ver depoimentos, textos, vídeos e afins feitos por pessoas que estão inseridas no espectro do transtorno autista. Por isso, no final da página, há links – de fontes confiáveis – que abordam o tema, de forma respeitosa e adequada. Alguns desses conteúdos estão em inglês (lastimosamente, carecemos de mais material em português).

PESQUISE SOBRE O AUTISMO!

Confesso que, para mim, está sendo muito desafiador escrever esse artigo. Sendo eu, um alguém que não tem a mínima propriedade/vocabulário para dissertar sobre o assunto, resolvi deixar tudo mais pessoal e íntimo.

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Na minha vida, há uma pessoa muito querida que – da forma mais natural e suave possível – me ensinou e continua me ensinando sobre a vivência dela como pessoa autista. Hoje, infelizmente, eu e ela não vivemos mais no mesmo país e eu só a vejo quando estou de férias mas – Graças a internet! – nos falamos diariamente e a gente está sempre numa constante troca de informações. Ela sempre me ensina coisas novas. Outro dia, eu perguntei a ela como é ser uma jovem mulher bissexual, que ao mesmo tempo vive no espectro autista e ela respondeu:

“Eu acho que vários autistas tem mais fluidez sexual por não aderir tanto ao condicionamento social que alguns de nós (autistas) não conseguimos entender, logo, a bissexualidade acaba sendo um resultado  disso, mas, isso não quer dizer que bissexuais  neurótipicos*  tenham a mesma fluidez… Tem bissexuais que tem preferência por um gênero apesar de sentir atração por todos e tem gente que consegue expressar  isso com uma linguagem mais estatística, através de porcentagem… No meu caso, gênero nunca faz parte da questão…  Também, isso é só eu, uma autista bi dentre várias, né… Esse é só o meu raciocínio sobre a minha sexualidade, em relação ao autismo.” 

Eu fiquei refletindo por muito tempo sobre tudo isso que ela me contou, porque é uma forma muito inteligente e bonita de se interpretar a própria sexualidade. O problema é que, assim como a bissexualidade, o autismo também é uma pauta invisibilizada pela sociedade. Portanto, a maioria das pessoas não tem o privilégio de aprender e, muito menos, conviver com autistas.

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Só para se ter uma ligeira noção, a algum tempo atrás, se acreditava que apenas pessoas do sexo masculino poderiam ser diagnosticadas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e, até hoje, muitos ainda acreditam nisso. Consequentemente, há uma quantidade significativa de mulheres que passam a infância e a adolescência sem diagnóstico. Tudo isso somado a bissexualidade, – orientação sexual na qual a sociedade e uma parte comunidade LGBTQ+ faz questão de dizer que não existe – traz ao indivíduo com TEA um tipo de apagamento social. Por isso, é muito importante pesquisar e se engajar nessas pautas. Se informe!

neurótipicos* =  Neurotípico ou NT, é uma abreviação de neurologicamente típico, é um neologismo amplamente utilizado na Psicologia, Psiquiatria, Neurologia, bem como nos aspectos sociológicos e culturais do autismo como um rótulo para pessoas que não estão no espectro do autismo

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