“Nina” é um filme Polonês que traz para o espectador um misto de drama e romance. De um lado temos a personagem de Julia Kijowska, que dá nome ao longa, uma professora que leva uma vida pacata ao lado do marido Wotjek (Andrzej Konopka). A única coisa que eles querem é um filho e precisam de uma barriga de aluguel. Por pressão que a rotina do casamento causa e da família, eles sentem que a hora de ter essa criança está passando e as opções de Nina também.
Do outro lado “Nina” traz Magda (Eliza Rycembel), uma menina sáfica que trabalha no aeroporto, leva uma vida bem agitada sempre em festas regadas a bebidas e muito sexo. Ela leva uma vida sem muitas responsabilidades e sempre da forma que quer. Sua vida é um pouco balançada por causa de uma batida de carro. Nina bate no carro da menina e sem muito assunto, deixa que o marido resolva a situação. Só que a questão é que o assunto não acaba de fato ali, no conserto do carro.
Com direção de Olga Chajdas (“Wataha”),“Nina” encanta o espectador com um enredo lento, porém não cansativo. Quem assiste consegue sentir as angústias e frustrações da protagonista e seu marido, ao mesmo tempo em que mergulha na vida agitadíssima de Magda e na mistura nada convencional desses dois universos que se cruzaram por acaso. No decorrer da narrativa é possível perceber aos poucos o quanto a menina desperta na personagem de Kijowska um interesse que ela não conhecia. Pensando em tê-la como sua barriga de aluguel, as duas começam a criar uma intimidade que logo se transforma em algo mais intenso e perigoso também.
“Nina” é um longa-metragem que desperta a atenção e o interesse de quem assiste porque aborda uma discussão diferente para além da relação sáfica das personagens. A discussão sobre gravidez e a busca por uma barriga de aluguel traz um tom novo. O desejo de ser mãe junto aos questionamentos sobre sua própria sexualidade dão um contraste sobre o verdadeiro “papel” que Nina quer ou não quer exercer enquanto mulher.