Sabe quando uma mãe tranca os filhos no quarto e os obriga a resolver qualquer briga ou desavença? É exatamente isso que “The Feels”, a comédia lançada em 2017, dirigido por Jenée LaMarque (“Diferenças & Semelhanças”), faz com seus personagens. A mãe, neste caso, é uma casualidade, uma festa de despedida de solteiro em um lugar isolado no interior. Já os filhos, estes são representados por um grupo de pessoas que tem muito o que resolver, não só uns com os outros, mas também com eles mesmos.
O longa narra a história de um pequeno grupo de pessoas que se reúne em uma casa do interior por um final de semana para comemorar algo parecido com uma despedida de solteiro de Andi (Constance Wu) e Lu (Angela Trimbur) que estão prestes a se casar. Além da amizade com o casal, o grupo não tem muito em comum – alguns deles nem se conheciam – e logo se veem em uma situação de certo constrangimento, mas que não tarde em se dissipar com muito álcool e uma boa festa.
No maior estilo “o álcool entra e a verdade sai”, temos algumas revelações e situações importantes que abrem uma janela para se discutir a vida amorosa e sexual destes personagens. E é nisso que a obra se apega, explorar através de diálogos e ações a busca pela compreensão da situação de cada uma das pessoas ali presentes, utilizando-se inclusive de um recurso narrativo interessante, uma espécie de “cabine de depoimento” ou um “confessionário” que, de certa forma, ajuda a dar um pouco mais de embasamento para entender todos os lados da história.
Um ponto positivo, pra mim, foram os diálogos, leves e divertidos que dão um ritmo agradável para o filme, mesmo em situações mais tensas. Enquanto na parte técnica, o longa-metragem tem aquela carinha de produção independente que pode ser um prato cheio para quem gosta do estilo, ou causar estranheza em quem está acostumado com o jeitinho Hollywood de cinema. Em outras palavras é como se fosse uma produção bem farofa preso numa estética de cinema indie.
Em geral, o longa passa uma mensagem positiva sobre diálogo e aprender a enfrentar seus problemas, mesmo que isso possa decepcionar ou causar conflitos com as pessoas próximas a você. Outro destaque é a capacidade de representar um relacionamento LGBTQ+ de forma natural e agradável. Talvez um dos erros do filme seja apenas dar a impressão que tudo foi resolvido fácil demais.
Enfim, a lição que “The Feels” deixa é: nada como um final de semana isolado da sociedade no interior para aflorar sentimentos e revelar segredos, não é mesmo? Assista e vem contar para gente o que você achou!