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Crítica | Oito Mulheres e um Segredo – o heist que estava faltando

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One of these days these boots are gonna walk all over you

É fato que Sandra Bullock, produtora executiva de “Oito Mulheres e um Segredo”, é uma das grandes razões e mentes por trás do filme ter acontecido. Ao assistir as entrevistas é possível perceber que o mesmo não aconteceria sem a insistência da atriz que, inclusive, conversou com George Clooney sobre a realização do spin-off quando ele ainda era uma ideia. Como uma pessoa que acompanha a carreira dela por anos, admito que passei a confiar nas produções cujo nome da artista estampa os pôsteres. E é gratificante vê-la novamente em um papel para entreter e divertir o público, é como se a “Miss Simpatia” estivesse de volta, porém, do outro lado da lei.

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O roteiro é assinado pelo próprio diretor Gary Ross (“Quero Ser Grande”) e por Olivia Milch (da elogiada produção da Netflix “Dude – A Vida é Assim”) e conta a história de Debbie Ocean (Bullock), irmã do personagem de Clooney na trilogia “Onze Homens e um Segredo” (2001, 2004 e 2007), que decide realizar um roubo em um dos maiores eventos do mundo, o Met Gala, em Nova York. No início do longa-metragem, a narrativa se apressa um pouco para dar luz às personagens que irão compor o time das mulheres, o que pode provocar uma sensação de conhecimento não tão aprofundado de quem fará parte daquele grupo. As mais bem desenvolvidas são Debbie, Daphne (Anne Hathaway) e Lou (Cate Blanchett), provavelmente as que possuem maior tempo de tela também.

Contudo, independentemente deste processo, o filme se sustenta com um plano inteligente de roubo, plot twists, talvez coisas que o telespectador estejam esperando se revertam de maneira um tanto quanto inesperada, com um timing de comédia excelente e um desfile de moda produzido por Cate Blanchett e os casacos maravilhosos. É impossível não se divertir assistindo a “Oito Mulheres e um Segredo” e despertar uma leve vontade de fazer parte daquele time de mulherões da porra.

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No aspecto da direção, Ross faz um trabalho coerente com a história apresentada, alguns ângulos de câmeras que remetem à trilogia de Clooney, provocando até certa nostalgia, ao mesmo tempo em que sacia a vontade do público de ter um novo filme sobre um crime deste porte. É preciso aplaudir (e de pé) o trabalho feito por Sarah Edwards, a designer de moda do longa-metragem, que entrou faltando pouco tempo para começar as filmagens e realizou um trabalho impecável. Sério. Só estou aqui desejando todo o wardrobe deste elenco. É um fashion show no Met Gala e que, no dia a dia, consegue definir bem a personalidade de cada personagem.

Em relação às atrizes, o telespectador poderá ver uma Sandra Bullock brilhando, mais uma vez, e trazendo aquele ar fresco ao se permitir realizar um filme que lembra os tempos da atriz no início de carreira. Vão se surpreender com a duas vezes ganhadora do Oscar, presidente de Cannes e Rainha do meu coração, La Cate Blanchett, em um papel mais despojado e divertido (e olha, é impossível não shippar as duas protagonistas, viu).

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Mindy Kaling e Helena Bonham Carter – a dupla que você nem viu chegando, mas vai considerar pacas. O timing cômico delas é impecável. Sarah Paulson faz bem seu trabalho, como de costume, inclusive, uma das cenas que mais provocou as risadas dos espectadores foi com ela. Enquanto Nine Ball (Rihanna) parece ter uma vibe semelhante a da própria artista e Awkwafina, bom, preparem-se para se surpreender com a novata. Por fim, mas não menos importante, Anne Hathaway retorna às raízes da comédia e faz uma das melhores atuações de “Oito Mulheres e um Segredo”, juntando-se as de peso Bullock e Blanchett.

“Oito Mulheres e um Segredo” é sem sombras de dúvidas um filme sobre heist que estávamos precisando. Tem os elementos necessários, cumpre o propósito e para que tudo fique melhor ainda: são oito mulherões da porra arrasando durante uma hora e cinquenta minutos. De fora, resta torcer por uma sequência e que desta vez não cortem os flashbacks. Ah, não poderia esquecer: prepare-se para ficar cantando a trilha sonora até não poder mais!


Esta crítica foi originalmente publicada no site CinePOP.

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