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Review | Elite – Quinta Temporada

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A quinta temporada estreou no último dia 08 de Abril na Netflix cheia de novos personagens, expectativas e um trailer que deu o que falar, contudo, “Elite” e nos fez questionar quando começou a deixar tantos arcos rasos e sem explicações?

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No último ano conhecemos um novo “Elite” já que a escola com uma nova administração, a série novos temas e foco de direção. Conhecemos os Blanco, novos conceitos de sugar daddy, a bissexualidade de Rebeka (Claudia Salas) foi explorada, o abuso sexual por parte de Phillipe (Pol Granch) e como a monarquia faz de tudo para esconder os seus podres. 

Começamos falando sobre Menbeka, protagonizado por Claudia Salas como Rebeka e Martina Cariddi como Mencía. O casal foi totalmente esquecido, tivemos pouquíssimas cenas das duas, onde sempre Mencía destratava e se distanciava de Rebeka, quem lhe deu apoio e a salvou de diversas frias na quarta temporada, simplesmente para agradar seu pai Benjamín (Diego Martín) com quem nunca teve uma relação tão próxima. Tivemos pouquíssimas cenas de carinho e as de diálogos mal duravam dois minutos, e no momento em que houve uma possível reconciliação, não tivemos ao menos a cena delas se reconciliando antes daquela no quarto de Samuel (Itzan Escamilla). 

Além disso, não foi nada bacana a Rebeka deixar a atual bêbada aos cuidados da Mencía, já que poderia ter pedido a Cayetana (Georgina Amorós). Entretanto, temos que celebrar um dos momentos mais cômicos desta temporada, que foi a cena entre a Rebe e Ivan (André Lamoglia) no meio da festa, em que ela disse que realmente seu lado “sapatão” falava mais alto.

Ok, mas quem é Ivan? O jovem chegou como um dos novos alunos de Las Ensinas, é brasileiro, filho de um jogador de futebol famoso. Ele é mais pai do seu próprio pai do que filho, levando toda a responsabilidade de se auto cuidar na sua adolescência. Ele é inserido como o novo personagem bissexual (não podemos esquecer de Valério (Jorge López), de Polo (Álvaro Rico) e até da própria Rebeka que falaram sobre bissexualidade muito antes). Ele explora uma relação sem compromisso com Ari (Carla Díaz) e Patrick (Manu Rios). E por falar em Ari, ela, nesta temporada, não teve mudança alguma, existe apenas para ter um relacionamento com Samuel, Ivan e continuar sem rumo na série. 

Patrick, por sua vez, teve uma exploração maior, iniciando a temporada tendo uma relação com Omar (Omar Shanaa) para posteriormente se apaixonar por Ivan e se envolver com o pai do mesmo. Mais uma vez tivemos Patrick se envolvendo fisicamente com alguém, contudo, sem explorar tanto seus sentimentos internos e as motivações de suas ações, sendo isto algo que esperávamos muito, conhecê-lo de fato. E não apenas o menino rico movido a festas e que vive chamando a atenção do pai.

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Bilal (Adam Nourou), quem é você? O que você quer? E porque estava na região? Inseriram o personagem na história para nada. Se não há um objetivo para ele, porque colocá-lo nesta temporada? Para vermos o Omar passando pano para alguém que rouba o seu colega de casa? O Bilal é pobre, mas o Samuel também trabalha muito para se auto sustentar e comprar suas coisas.

Por sinal, Samuel vive a mesma ladainha da síndrome do herói e de ser usado pela polícia com o objetivo de obter provas contra alguém investigado. No mínimo esperávamos mais esperteza de sua parte, ainda mais que foi atacado quase nas mesmas condições que a Marina (María Pedraza).

E para finalizar, vamos falar de três personagens que precisam ser citados. Nossa amada Caye (Georgina Amorós), uma das que tiveram o maior desenvolvimento pessoal desde a sua chegada: enganou a todos, viveu um trisal, se apaixonou por um príncipe e ainda deu a volta por cima se tornando uma pessoa boa e com princípios. Olha se isso não é evolução, não imagino o que seja, dentro do universo de Las Ensinas.

O que me preocupa é a forma como trataram o assédio/abuso sexual nesta última parte. O fato de Phillipe ter filmado o ato sexual e querer forçá-la a ter relações com ele dentro da limousine foi totalmente esquecido. Afinal, como é que ela simplesmente deixa de lado todo o sentimento de exploração e repulsa e passa a vê-lo como vítima? Sabemos que o Phillipe precisa de acompanhamento psicológico, mas ele é o agressor e não a vítima, não cabe a Cayetana ajudá-lo a ter consciência dos seus atos.

Isadora (Valentina Zenere) foi uma personagem superestimada pelos trailers, divulgada como uma mulher forte, feminista e dona de si; só conhecemos uma pessoa vazia, falsa feminista que coloca a visão e palavras de um homem à frente de uma mulher, além de compactuar com a competitividade feminina por um homem. Esperávamos tanto dela e sua participação foi decepcionante. O único momento que me comoveu foi quando ela se deu conta do que realmente havia vivenciado, e como o medo e a vergonha faz uma mulher se esconder perante um abuso sexual.

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Aliás, trazer este tema à mesa para fazer com que um abusador tenha uma redenção e sinta-se sentimentalmente tocado por uma mulher abusada é um pouco demais, não? Totalmente descartável.

Dito isso, esta temporada foi repleta de festas, relacionamentos, pouco desenvolvimento de todas as histórias, dos personagens, sem muito foco e explicações. Fica difícil saber o que esperar das próximas temporadas considerando a saída de Omar, Rebeka, Cayetana e Samuel. Será preciso trabalhar muito o roteiro e progresso das novas histórias para que as próximas temporadas sejam um sucesso. 

Mas e vocês, o que acharam desta temporada? Conta para gente! 

“Elite” está disponível na Netflix.

Bombando

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