Sempre fui grande fã de histórias que envolvem bruxas e quando descobri que a Freeform estava desenvolvendo uma série em que bruxas seriam treinadas para alcançar o nível máximo de poder enquanto vestiam uniformes militares, eu pensei: “DEUS EU JÁ TO ENTREGUE!”
Criada por Eliot Laurence, “Mortherland: Fort Salem” se passa numa realidade alternativa em que bruxas são admiradas pela sociedade americana, e não mais perseguidas. Todos nós conhecemos a história cruel e sanguinária das bruxas de Salem. Diversos livros, filmes e séries se utilizaram desta narrativa ao longo dos anos, porém sempre retratando praticamente da mesma forma: morte, traição e vingança.
Então, “Motherland” surge com uma proposta diferente: e se as bruxas se tornassem aliadas do Governo Americano? Para cessar a caça as bruxas, Sarah Alder (Lyne Renee), decide propor aos Estados Unidos, um acordo que pudesse beneficiar ambos. Eles as deixariam viver, e elas protegeriam o país.
“A maior parte da série homenageia a história das bruxas e remove parte do estigma em torno delas.”
– Eliot Laurence
300 anos após o acordo de Salem, a bruxas se tornam a elite do exército americano. Com dons sobrenaturais, as feiticeiras são treinadas para enfrentar perigos mágicos e não-mágicos. Porém nem tudo é perfeito, apesar da intenção do acordo ter sido polpar a vida das mesmas, elas não tem escolha de servir ou não ao exército. Uma vez convocadas, elas não podem negar o chamado.
Percebemos em diversos momentos que elas são admiradas e respeitadas nessa sociedade, por entregarem suas vidas em nome do bem comum. Porém, na série fica implícito que os sentimentos de admiração e orgulho, mascaram a servidão e a submissão delas aos Estados Unidos. Provavelmente, isso será questionado futuramente e estou ansiosa para ver como a General Alder lidará com as contestações.
O primeiro episódio já nos entrega quem será o grande vilão da temporada. Durante o Dia do Alistamento, o Spree, o grupo terrorista capaz de se infiltrar em qualquer ambiente devido a habilidade de trocar de rostos, executa um ataque terrorista contra os cidadãos americanos. Devido as suas habilidades e o fato de influenciarem mortes em massa, o “clube” se torna alvo das preocupações do exército.
Enquanto o mesmo se torna o principal assunto nos noticiários, três bruxinhas são convocadas para integrar o exército da General Alder. Raelle (Taylor Hickson), a rebelde do trio, culpa o exército pela morte de sua mãe. Ressentida e com raiva, ela é a primeira a questionar as ordens e a hierarquia daquele lugar. Oposto a ela, temos Abigail Bellweather (Ashley Nicole Williams), criada para honrar o legado da família, seu principal objetivo é mostrar a força e a coragem do nome que carrega. Por fim, temos Tally (Jessica Sutton), vinda de uma linhagem que morreram pela causa, o maior desejo da última é servir ao exército igual suas tias. Apesar das tentativas frustadas de sua mãe de evitar que a jovem atenda ao chamado, ela se agarra ao seu propósito.
Raelle, Abigail e Tally são designadas para compartilhar o dormitório, porém a ligação delas irá muito além de apenas dividir um quarto. A partir do momento que são colocadas juntas, a intenção é torná-las um só ser. Se uma falhar, todas irão falhar! E é aí que começam os conflitos, como dito acima, Raelle não tem nenhum respeito pela instituição e Abigail é capaz de dar a própria vida para honrar o nome Bellweather. Enquanto uma é displicente, a outra é aplicada, para piorar o atrito entre elas, a personagem de Hickson culpa a mãe da outra pela morte da sua genitora. As coisas ficam intensas entre elas, depois de bate bocas e alguns socos, as duas começam a se resolverem.
As bruxas se reúnem para uma nova aula de canto. A princípio, Raelle está reticente, porém acaba se integrando ao clã. O intuito dessas aulas é ensiná-las a controlar suas vibrações vocais para se comunicar e até criar magias. A união das três acima citadas resulta na liberação de uma magia tão poderosa que assusta e surpreende suas comandantes. Após o ocorrido, Raelle e Abigaill começam a se acertar, porém a primeira deixa claro que o objetivo dela é se útil para sua unidade, e que sua aproximação não as torna amigas. Ainda que o trio, tenha problemas de adaptação, é visível que elas se tornaram grandes amigas e peças fundamentais contra o Spree.
Apesar de Raelle não querer criar vínculos com suas colegas de quarto ou com qualquer outra bruxa, ela acaba cedendo aos encantos de Scylla (Amalia Holm). Porém, a bruxinha de sorriso misterioso esconde um segredo: ela é membro do Spree!
E lá vamos nos afundar em mais um casal…
Ao fim do episódio, depois de estar com a cabeça cheia igual a um balão (mais tarde vocês irão entender a referência), muitas perguntas surgiram: a Scylla é mesmo a Scylla ou alguém estaria usando o rosto dela? Como a General Alder se manteve jovem durante os últimos 300 anos? Será mesmo que a mãe da Abigail foi responsável pela morte da mãe da Raelle? Será que a Raelle se tornará membro do Spree? Será que a mãe da Raelle está realmente morta?
Era de se esperar que o primeiro capítulo gerasse diversas perguntas, afinal eles precisam manter a atenção do telespectador durante a temporada. O piloto teve um ritmo bom e foi construído para explicar o universo no qual o espectador está entrando sem se sobrecarregar. Cada cena entregou informações suficientes para entender o que estava ocorrendo naquele momento, e assim o público é levado até o ápice: a revelação de Scylla.
Geralmente o telespectador é alimentado episódio por episódio para descobrir o grande vilão da história, mas “Motherland” decidiu fazer diferente e entregar um de seus segredos logo no piloto. Movimento arriscado, mas que deu certo, pois deixou o público ainda mais intrigado!
Se vocês ainda não está convencido de que deveria ver “Motherland: Fort Salem”, eu vou dizer de novo: BRUXAS MILITARES EM UNIFORMES!