Na série “Minas do Hóquei” acompanhamos a luta de sete garotas e uma treinadora para salvar o futuro de sua equipe à beira do desaparecimento. Além do esforço para manter o Club Patí Minerva em atividade, a produção apresentará os conflitos que caracterizam, em geral, a vida dos adolescentes. Dilemas ligados à família, às relações com os amigos, à identidade sexual, aos estudos e até mesmo ao tema da imigração estão presentes nos 13 episódios da série catalã.
Lorena (Mireia Oriol), Flor (Asia Ortega Leiva), Emma (Dèlia Brufau Centelles), Berta (Natàlia Barrientos Bueno), Raquel (Júlia Gibert Comella), Laila (Yasmina Drissi Sales), Gina (Clàudia Riera) e Anna (Iria del Rio) são as principais personagens da trama e os oito primeiros episódios retratam a história de cada uma – sempre com a preocupação de mostrar como elas se interligam. Diferente de outras produções que colocam as batalhas femininas em segundo plano, e até mesmo de forma mascarada, “Minas do Hóquei” vem para apontar o dedo e dizer: feminista SIM. E isso é trabalhado de forma espetacular durante toda a trama.
Com um diretor disposto a investir apenas no time masculino de Hóquei, as jovens entendem desde cedo que elas sempre serão desvalorizadas, independentemente do show que derem em quadra. Só que a paixão latente pelo esporte não deixa elas desistirem. O que resta? Lutar!
Estratégicas, elas mostram que o discurso forte é importante para o outro entender que haverá resistência, mas que atitudes também são essenciais – e a primeira delas é a de se unir com outras mulheres que passam pela mesma situação. Em meio a uma guerra fria pela valorização do esporte, a produção também traz outros assuntos que precisam estar no centro dos debates. E para torná-los ainda mais reais, cada personagem tem a vida fortemente marcada por, pelo menos, uma das dores referentes ao que é ser mulher em uma sociedade patriarcal e machista.
Sem spoilers por aqui, podemos apenas adiantar que é preciso se preparar para sentir as feridas expostas: com a complexidade de decidir fazer um aborto sozinha, a dor de perder uma pessoa importante, a culpa de se sentir pressionada a transar e não conseguir dizer não, até a sexualidade fluida que contesta porque relações precisam ser obrigatoriamente monogâmicas.
A história também é um soco no estômago sobre como esquecemos que a vitória não é a parte mais importante de uma luta. Afinal, são as transformações que acontecem durante o processo que realmente nos ensinam a ser resilientes.
“Minas do Hóquei” terá 2° Temporada na Netflix?
Até o momento, a resposta é ainda não. O caso da série se assemelha a diversos outros títulos que a Netflix adquiriu na Espanha. As produçõesfazem sucesso na TV espanhola, e os canais vendem os direitos internacionais para o streaming. O serviço disponibiliza em todos os países e caso faça muito sucesso, entra como co-produtor na nova temporada.
Lembrando que a série ganhou um prêmio pela Associació de Dones Cineastes i de Mitjans Audiovisuals (CIMA) em reconhecimento ao empoderamento feminino presente na produção. Assim, com certeza, “Minas do Hóquei” irá inspirar diversas meninas que passam por problemas semelhantes.
Se chegar na Netflix, o que podemos esperar da 2° temporada da série?
No último episódio vimos que as meninas se distanciaram depois da última partida. Isso faz com que Raquel se sinta muito sozinha, sem o apoio de nenhuma delas, e especialmente de Berta. Berta, por outro lado, enfrenta o seu futuro: os resultados da seleção e a decisão tomada pela mãe. La Terrats tem dúvidas sobre sua saúde, enquanto exerce a presidência do clube contra Enric. Esses resultados estão pendentes para todo o clube, uma vez que a continuidade da seção feminina depende dela na temporada seguinte.
A Netflix deixou a gente com gostinho de quero mais nessa season finale, né? Mas enquanto não temos uma previsão de volta das nossas meninas, podemos assistir a 1º temporada na Netflix!