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Batwoman: quem é Kate Kane e o que esperar da série do Arrowverse

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Em vista da estreia da série “Batwoman”, em outubro deste ano, e como uma leitora ávida de histórias desta personagem tão importante para a comunidade LGBTQ+, especialmente, a feminina, decidi escrever esta matéria para que se possa compreender melhor quem é a personagem e o que se pode esperar da adaptação da The CW que tem o nome de Caroline Dries (“The Vampire Diaries”) como roteirista, Greg Berlanti e Sarah Schechter como produtores, e Ruby Rose como a protagonista. Shall I begin?

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Em primeiro lugar, a personagem Batwoman foi criada em 1956, com o nome de Kathy Kane, uma homenagem ao criador do Batman, Bob Kane, e era uma ex-acrobata de circo que, após ficar rica, decide combater o crime. Apesar da curta história, ela seguiu fazendo aparições nos quadrinhos do morcego até 1964. Além de alguma presença sob diferentes nomes nas realidades alternativas das histórias da DC Comics, foi só em 2006 que a personagem criada por Kane e Sheldon Moldoff retornou à linha temporal oficial dos quadrinhos, de maneira reformulada.

Só para atualizar em um contexto histórico: em 2006, nos EUA, o debate sobre o ‘don’t ask, don’t tell’, política que proibia pessoas LGBTQ+ de se assumirem nas forças militares (caso o fizessem eram expulsos), ganhava força no país, o que torna um timing perfeito para o lançamento da personagem. Portanto, a DC Comics não só faz história ao dar uma obra solo para a primeira personagem feminina abertamente LGBTQ+, como também aproveita para inseri-la no contexto social dos Estados Unidos.

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Um pouco de história da personagem: Kate Kane, herdeira dos Kane, família rival dos Wayne (nos negócios, pelo menos risos), é filha do Coronel Kane, um militar respeitado nas Forças. A jovem, juntamente com a mãe e a irmã gêmea, foi sequestrada ainda criança e presenciou o assassinato das duas. Kate cresceu com traumas devido a perda, sonhando em ser militar para defender o país e nunca mais permitir que algo assim acontecesse com outras famílias. Ela consegue alcançar parte do objetivo, porém, se vê expulsa do exército após recusar negar sua sexualidade.

Devido a este fato, a jovem Kane entra em um caminho obscuro de sua vida, passando as noites em festas e sem dar muita atenção a si mesma. Bom, os quadrinhos mais famosos da personagem divergem um pouco da história aqui: em Os Novos 52 (2012) o rumo é um pouco diferente de Renascimento (2017), o que deixa a dúvida sobre qual origem será focada no projeto da série. As diferenças não são tão grandes, pois a essência se mantém, como o fato do Batman salvá-la em uma noite e a partir disso ela decidir mudar o rumo de sua vida; o treinamento e ajuda do pai para que ela, finalmente, se torne a Batwoman. Contudo, existem alguns pontos que são essenciais em ambas as narrativas distintas, portanto, resta aguardar quais escolhas serão feitas pelos roteiristas.

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Pela descrição feita, a produção deixa a entender que focarão nos conflitos entre Kate e o pai, algo bastante fixado nas histórias em quadrinhos. O mais interessante é que, apesar de ser militar e old school, a sexualidade da filha não é o problema e o que causa as discussões de ambos, mas sim situações ligadas ao passado e alguns planos do Coronel. Caso este seja o rumo que vão seguir, de fato, pode ser que o grande arco da série esteja focado em uma mistura de “Detective Comics” (Renascimento) junto com Os Novos 52, considerando que acredito ser duvidoso tirarem a vigilante de Gotham por um bom tempo (em Renascimento a narrativa a leva para outras partes do mundo). Fato é que os arcos de ambas as etapas são espetaculares, sendo um (Os Novos 52) escrito por JH Williams III, e a outro (Renascimento) por Marguerite Bennett e James Tynion IV – este último também encabeça Detective Comics”. Portanto, o que não falta é história boa para adaptar.

No campo romântico, Kate tem um primeiro envolvimento com Renee Montoya, detetive policial do Departamento de Gotham City. Já em Os Novos 52 fica estabelecido seu relacionamento com Maggie Sawyer – que nas séries da CW já foi interpretada por Floriana Lima – a Inspetora de Metropolis que se muda para Gotham e passa a trabalhar na divisão de homicídios. Durante este período, as duas chegaram a ficarem noivas, contudo, uma nota é liberada pela DC Comics dizendo que nenhum protagonista herói em quadrinhos poderia ser casado, o que gerou um debate na época sobre o verdadeiro motivo de tal escolha. Já em Renascimento, o roteiro volta a dar mais enfoque para os sentimentos de Kate por Renee, trazendo ela de volta a história solo da Batwoman. Honestamente, como fã da personagem, admito esperar ver este desenvolvimento na série (Kate e Renee), pois acredito que as duas possuem uma trama mais interessante a ser explorada.

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Outros pontos importantes e necessários para serem destacados é que Kate, apesar de ser prima de Bruce Wayne, é bem diferente do mesmo. Ela gosta da vida de socialite, estar em festas, utilizar-se do humor sarcástico e sabe o quanto chama atenção ao entrar em um estabelecimento. Ela é judia (isto é algo enraizado na personagem) e também tem uma sensação de dever ao proteger crianças devido aos traumas passados. Como Batwoman, a jovem luta como uma militar, apesar do treinamento para se tornar invisível na noite à la Batman. Ela também não hesita em usar armas de fogo, mas não necessariamente gosta disso.

E enquanto os quadrinhos do morcego estão seguindo mais pelo caminho da jornada de herói, os da Batwoman trazem uma abordagem mais de detetive, é como se a cada página uma nova informação surgisse para se interligar com as outras e, assim, ir montando o quebra-cabeças. Kate Kane tem muitas histórias boas e já marcou uma geração por ser a primeira personagem abertamente LGBTQ+ liderando um quadrinho solo. Agora resta a CW realizar uma adaptação positiva sobre a primeira heroína lésbica liderando uma série de heróis.


Texto originalmente publicado no site CinePOP.

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