Ao ler a sinopse da série “Glee“, automaticamente pensávamos que a história seria igual as demais séries adolescentes, em parte era verdade, porque os roteiristas exploraram demais a corrida por popularidade entre adolescentes. Porém, no decorrer dos episódios os personagens percebem que se adequar para se encaixar poderia ter consequências muito altas.
Ao longo de seis temporadas, a produção abordou temas como inclusão, bullying, gravidez na adolescência, embriaguez, auto-aceitação, virgindade e sexualidade. Todos os personagens ganharam seus arcos e alguns deles se destacaram mais que outros como é o caso de Santana Lopez, interpretada por Naya Rivera. No princípio, Santana tinha pouco espaço, mas isso mudou devido a performance de Naya, inclusive em entrevistas ela compartilhou que sempre que tinha a oportunidade, ela se fazia ser notada.
Santana Lopez era a pessoa responsável em dizer as verdades cruéis para os integrantes do New Directions, seus tons de deboche ecoavam não só dentro da sala do coral, mas também pelos corredores William McKinley High School. Parecia que a personagem havia sido criada com o único intuito: infernizar a vida dos outros. Porém, as coisas começam a mudar quando seu talento e seu sentimento oculto por sua melhor amiga, Brittany (Heather Morris), começam vir à tona.
Apesar da primeira temporada Santana fazer parte de alguns números musicais, é partir da segunda que ela se destaca como uma das principais cantoras do coral, inclusive ganha até um número solo em uma das apresentações do New Directions, nos dando umas das performances mais memoráveis da personagem. A partir de então ela nos presenteou com vários números musicais incríveis como: “Smooth Criminal”, “Back To Black”, “Landslide”, “La Isla Bonita”, “Me Against The Music”, e outras.
Além de se destacar por seu talento e jeito debochado de ser, Santana sensibilizou diversos fãs por sua história de aceitação enquanto lésbica. Por intervenção da própria Naya, as piadas, sobre o possível relacionamento de Brittany e Santana, deixaram de ser apenas artifícios para arrancar gargalhadas e se tornou uma história real. Muito antes de iniciarmos a conversa sobre a importância da representatividade na mídia, a personagem já começava a dar os primeiros passos na sua jornada e assumir para si mesma o seu amor pela melhor amiga. A performance de “Landslide” nos mostrou o quão doloroso era para ela aceitar o que sentia e correr o risco de perder tudo. Apesar dos seus medos, ela se declara para Brittany, mas tudo dá errado e a mesma se fecha novamente.
Alguns episódios mais tarde, furiosa em ter perdido a coroa do baile para Kurt (Chris Colfer), ela chega a acreditar que as pessoas a castigaram por ser lésbica, e é então que Brittany diz que se ela tivesse abraçado quem realmente é, talvez ela tivesse ganhado, o que deixa a líder de torcida reflexiva. Após o ocorrido no baile, as duas finalmente ficam juntas, porém muita coisa acontece após a união do casal. Além de ter sido chutada para fora do armário, Santana ainda teve que lidar com rejeição de sua avó. A cena em que a personagem de Naya conversa com a abuelita é dolorosa de assistir, principalmente para quem ainda não se assumiu.
Muitos de nós temos medo de contar a verdade para as pessoas que amamos e respeitamos, e sermos rejeitados. Apesar do nosso querer em assistir histórias positivas, não podemos esquecer que situações como a dela ocorrem com frequência. Mas o que aprendemos é que apesar de dolorido, no fim quem perdem são eles que acabam se tornando desconhecidos por não estarem presentes em nossas vidas. Apesar do período difícil, ela seguiu em frente de cabeça erguida, e com apoio do seus pais, de Brittany, de seus amigos e mais tarde com o apoio de sua avó, ela conquistou tudo o que queria e ainda ficou com o seu primeiro e único amor, Brittany S. Pierce.
É incalculável a importância que Santana teve numa geração de jovens LGBTQIA+, ela não atingiu só jovens lésbicas, ela alcançou e conquistou todas as letrinhas da comunidade, todo mundo era apaixonado pela personagem de Rivera. O arco de desenvolvimento foi um dos melhores da série, ela abandonou o rótulo de “cruel líder de torcida” para se tornar um ícone LGBTQIA+. Mostrou-nos que não tem nada de errado em ter orgulho de ser quem é, de ter ambição, de querer ser tudo e um pouco mais! A existência dela simplesmente nos dizia: se o mundo mandar você abaixar a cabeça, chute a bunda dele com seu talento.
Me emocionou a matéria! Me senti extremamente tocada! A Santana teve muita influência na minha vida! Então… Obrigada a vcs por essa matéria maravilhosa!
Indira Benicio
20 de julho de 2020 at 16:55
Me emocionou a matéria! Me senti extremamente tocada! A Santana teve muita influência na minha vida! Então… Obrigada a vcs por essa matéria maravilhosa!