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Pro Mundo (Out!) | Catra – uma aula de representatividade positiva em desenhos

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Um dos desenhos que chamou muito a atenção da comunidade LGBTQIA+ nos últimos anos foi “She-Ra e as Princesas do Poder”, remake do desenho da década de 1980, que contava a história da irmã gêmea perdida do conhecido personagem He-Man, Adora.

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Nesta série de 2018, criado por Noelle Stevenson que é LGBTQIA+, os personagens são desenvolvidos de forma bem diferente do original, sem a sexualização feminina e com relações de amizade melhor aprofundadas, e com o grande ponto de destaque de personagens LGBTQIA+, desde a primeira temporada. Esses personagens, apesar de muito interessantes, como as Princesas Netossa (Krystal Joy Brown) e Spinnerella (Noelle Stevenson), e os pais do personagens Bow (Marcus Scribner), não tinham grande destaque. Além disso, por grande parte das temporadas alguns inuendos sobre a sexualidade de outros personagens foram sendo deixados, como as próprias Adora (Aimee Carrero) e Catra (AJ Michalka), protagonista e antagonista respectivamente, e sendo mostradas realmente como LGBTQIA+ e um casal no final da animação.

Catra e Adora foram um dos grandes relacionamentos, tanto de amizade, inimizade e amorosos durante todas as temporadas. Enquanto Adora se aproximava mais do seu papel de heroína, descobrindo seus poderes e em busca da sua história, Catra se fechava na sua solidão e raiva, e se tornava cada vez mais uma vilã.

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Mostrada desde o começo como uma criança criada pela Horda (os reais grandes vilões do mundo de She-Ra, que destrói regiões, mata pessoas e sequestra crianças) e com grandes problemas de abandono, Catra faz ações cada vez piores para provar o seu valor e conseguir sempre bater de frente com sua arqui-inimiga. Mesmo sendo uma das personagens mais adoradas pelo público, e sendo possível de entender parte de suas motivações, Catra segue por um caminho, até a quarta etapa, que parecia muito difícil de voltar atrás.

A última temporada, no entanto, consegue nos surpreender, e mostra a personagem, após grandes problemas e reviravoltas, notando os seus erros e resolvendo lidar com eles. Assim, a mesma consegue um espaço junto às Princesas, e nota a importância da luta contra a Horda.

Não é esquecido que ela foi uma vilã, e que cometeu crimes terríveis anteriormente (apesar de ser algo que sim, poderia ser mais exibido), no entanto, mostra como é possível um caminho de redenção, guiado pelo amor, tanto de amizade quanto romântico, bem elaborado e desenvolvido.

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Seu final com Adora, com o tão esperado e comentado beijo, apenas prova o que já vinha sido discutido pelos fãs por anos: que Adora e Catra eram apaixonadas, e não sabiam lidar com esses sentimentos. Assim, é dado aos fãs um final feliz para uma personagem feminina LGBTQIA+ com bom desenvolvimento e um ótimo processo de redenção.

Bombando

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