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Review | Harley Quinn – Segunda Temporada

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Em uma Gotham completamente abandonada pelos Estados Unidos, a segunda temporada de “Harley Quinn” se inicia com um cenário de guerra. Vilões tomaram conta de territórios e agora a população vive sob o comando deles. Com a Liga da Justiça presa em um livro amaldiçoado, Batman em coma depois de um plano mal sucedido de Coringa, Harley (Kaley Cuoco) ainda busca seu lugar de vilã e vai atrás de tentar combater Charada (Jim Rash) que criou uma rede de apoio bem grande como reitor de uma universidade local.

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Mais tarde, Quinn e Ivy (Lake Bell) se juntam a ilustre presença da Mulher-Gato (Sanaa Lathan) para mais algumas aventuras na destruída Gotham.

A cada episódio, o sistema de parceria de Harley, Ivy, Cara de Barro (Alan Tudyk), Tubarão Rei (Ron Funches), Psycho (Tony Hale) e Sy (Jason Alexander) se torna maior, visto que todos eles têm algo importante em comum: em algum momento foram rejeitados até mesmo por outros super vilões.

A luta pela conquista de áreas na cidade abandonada não para, em alguns momentos há inclusive interação com heróis como Batgirl (Biana Cuoco) e Comissário Gordon (Christopher Meloni). E esta é a parte que funciona na série. Seguindo o plot de super vilões serem sempre super vilões da primeira temporada, mesmo que em alguns momentos seja preciso a interação com os heróis, este enredo traz o mesmo nível de acidez no humor e a violência nata dos vilões em suas cenas de luta.

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Em paralelo a isto, Ivy e Homem-Pipa são desenvolvidos como casal. De forma incansável, ele tenta conquistar a amada que, por sua vez, recusa algumas vezes os pedidos de casamento. Esta é uma questão muito importante durante toda a temporada porque é através do desenvolvimento deles dois que surgem questões na cabeça de Ivy e de Harley.

Com casamento marcado e no meio da despedida de solteira de sua melhor amiga, Quinn decide que seria um ótimo momento para compensar seus erros. Em tentativas falhas de esconder seus sentimentos, as duas acabam indo para cama algumas vezes. O desenvolvimento do relacionamento de Harlivy, que era uma das maiores expectativas do público para esta etapa, foi, infelizmente, mal trabalhado. A protagonista aparece sendo um pivô que atrapalhava o relacionamento heterossexual e até então canon da produção.

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Esta narrativa, exaustiva, acaba reforçando um estereótipo antiquado sobre a bissexualidade. Apesar de tentarem entregar um fanservice, os escritores fizeram de forma negativa já que escreveram várias traições da Ivy com a Harley. Isso não só passa apenas como um desrespeito a comunidade bissexual, mas também com as personagens em si.

A impressão que fica é que a Ivy brincou com os sentimentos do Homem-Pipa o tempo todo e também com os sentimentos de Harley. Ela negou durante a temporada inteira que sentia algo pela melhor amiga e tentou investir no relacionamento com um homem mesmo sabendo que naquele momento não teria futuro e isto fica claro todas as vezes em que ela falava do casamento.

Em contrapartida a isto, o desenvolvimento da Harley foi extremamente importante. Como a própria Ivy percebeu, Quinn amadureceu. Depois de ter se emancipado de Coringa, ela teve como ponto principal na sua vida se desenvolver sozinha como uma vilã e de fato conseguiu cumprir este papel. Apesar de ter trabalhado ao lado de Batman em alguns momentos, ela não perdeu o seu verdadeiro foco que é ainda ser uma grande vilã em Gotham, principalmente agora, que não tem mais seu nome atrelado ao ex abusivo.

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A história desta série tem de fato alguns pontos importantes como trazer a Harley Quinn como um dos pilares principais da DC Comics, algo que atrelado ao filme Aves de Rapina foi e está sendo bastante significativo para a personagem e os fãs.

Além disso, oficializar Harlivy no final da temporada também foi fundamental. Apesar do desenvolvimento conturbado e problemático, a narrativa traz a representatividade com um casal sáfico consagrado oficialmente canon para além das HQs. Infelizmente, isso poderia ter sido tratado de forma mais respeitosa e cuidadosa, faltou um pouco mais de sensibilidade e claro estudo.

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Contudo, a produção cumpre o que promete. Uma animação adulta com vilões matando sem dó e uma Harley Quinn completamente livre do Coringa, construindo uma imagem própria.

Bombando

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