Representatividade é um assunto muito importante e recorrente em diversos setores da mídia, Nos últimos anos a representatividade LGBTQ+ ganhou um olhar mais cuidadoso por parte dos produtores após um acontecimento que gerou uma repercussão enorme no vale sapatão: a morte da Lexa na série “The 100”.
Lexa (Alycia Debnam-Carey) foi a comandante dos Grounders e uma importante aliada para a luta liderada por Clarke Griffin (Eliza Taylor). Tendo de assumir o cargo de liderança muito cedo, Lexa foi uma mulher que presava pela segurança e bem estar do seu povo acima de qualquer coisa, e foi uma personagem que trouxe um reconhecimento necessário para uma minoria que foi por muito tempo mal representada em produções audiovisuais.
Seu relacionamento com Clarke surgiu de uma admiração e troca de sabedoria que ambas não acreditavam ser possível. Elas já haviam perdido muito e passado por muitos problemas e essa união foi algo que aconteceu gradativamente, e mesmo com traições e complicações, no fim de tudo, elas arranjaram espaço uma para a outra em suas vidas. A personagem de Alycia carregou uma grande responsabilidade e é lembrada até hoje por conta disso. Lexa era uma guerreira, empoderada e forte que não abaixava a cabeça para ninguém, ela liderou o seu povo em batalhas de extrema importância para acabar morrendo da maneira mais sem sentido de todas.
O seu legado, no entanto, perpetua até hoje. Após a saída definitiva da personagem surgiram muitos movimentos contra as inúmeras mortes precoces e o descaso sobre personagens LGBTQ+ nas séries e filmes. Após o acontecido, o olhar dos responsáveis por dar vida a essas histórias mudou, passando a surgir a partir disso mais representações positivas, porque personagens LGBTQ+ também importam. É imprescindível para alguém que está se descobrindo, se sentar na frente da televisão e assistir uma série onde aquela personagem que te representa de algum modo não irá ter um final triste e/ou ter uma morte inesperada. É preciso que entendam, daqui para frente, que personagens LGBTQ+ não servem somente para preencher espaço e serem cortados quando não há mais interesse em seguir com suas história. Se é verdade o que dizem e existem males que vem para o bem, talvez a morte da Lexa tenha sido um desses casos,
Lexa lutou todas as lutas que pode, morreu nos braços da mulher que amava e será lembrada por muitos e muitos anos. Não por ser somente mais uma personagem LGBTQ+ que morreu cedo demais em alguma série, mas como a Heda que liderou os doze clãs e que trouxe para muitxs de nós a esperança de dias melhores.