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Resenha | Atlas – um conto sobre autodescoberta e amor próprio

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Ficha Técnica
Livro: Atlas
Autor: Victoria Tuler
Editora: Independente
Número de Páginas: 33
Ano de Lançamento: 2018


“O exato momento em que a gente percebe que está completamente apaixonada é desesperador e angustiante quando a outra pessoa é uma garota, e a gente nunca tinha pensado que isso era realmente possível.”

(Victoria Tuler)

“Atlas” (Victoria Tuler) é um conto que em suas páginas retrata a história de Bia, uma menina que morava em uma pequena cidade no Sul do Brasil e vivia uma vida bem pacata até que o acaso a fez conhecer uma pianista bem rica, com uma bagagem enorme nas costas, e claro com um cachorro chamado Mozart que inclusive foi o motivo pelo qual se conheceram, ambas unindo forças para salvar o pobre cachorrinho de um terrível atropelamento.

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As adolescentes formaram uma amizade assim que se conheceram, embora Bia não soubesse muito bem o que esperar disso tudo já que elas duas viviam em universos completamente diferentes apesar de dividirem a mesma pequena cidade no interior. Apesar de tudo esta dúvida não impediu com que as duas se aproximassem cada vez mais até as coisas se tornarem um pouco confusas e um pouco demais na cabeça da personagem principal.

Mesmo sem entender absolutamente nada sobre o que sentiam elas se tornaram melhores amigas. E de melhores amigas se transformaram em alguma coisa que nenhuma das duas sabia muito bem o que era até que Bia começou a pensar demais na amiga, começou a sentir falta demais quando ela viajava e simplesmente sumia. Ela começou a perceber que as coisas estavam ficando diferentes do que se espera apenas de uma amizade.

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Entre os sentimentos e momentos bons quando estavam juntas foram surgindo aos poucos sentimentos que começaram a passar longe de carinho e amor. Surgiram desentendimentos, agressividade, afastamentos. A pianista rica por quem Bia acreditava ter se apaixonado estava se transformando aos poucos em alguém que ela não conhecia nem de longe, mas alguma coisa a prendia a menina, mesmo que ela não entendesse muito bem o quê e nem o porquê.

Depois de três anos neste ciclo vicioso que nenhuma das duas entendia, elas se viram afastadas de vez com a mudança de cidade, até que por uma obra do destino e claro, com uma ponta de influência própria, Bia se muda para Curitiba, a mesma cidade a qual a sua paixão estava morando há seis meses. Com a ânsia de encontrá-la sempre, de tentar manter uma nova relação já que agora ambas são maiores de idade e independentes, Bia começa a perder a si mesma, começa a deixar de ser uma pessoa e passar a ser por completo de outra.

“Você crescia em mim a ponto de eu deixar de existir por completo.”

E assim, aos poucos e dolorosamente Bia foi percebendo que estava cada vez mais presa em um ciclo tóxico. Uma paixão dilacerante que ela acreditou que seria para sempre e única, na verdade custou a perda dela mesma quando seguiu um caminho que nem ela conhecia.

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Este é um conto que narra uma jornada de autodescoberta, mas para além disso as páginas nos trazem em conjunto uma percurso de despertar do amor próprio. Bia se viu sem chão quando notou o abismo em que estava por conta da paixão adolescente pela pianista de sua pequena cidade, mas foi exatamente a partir desse momento que ela também descobriu que não precisava estar ali, que na verdade era e poderia ir muito além daquilo.

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