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Resenha | Eu queria que você soubesse – muito além do que uma simples história de amor

“Eu queria que você soubesse”, novo lançamento da autora Bruna Fontes (“Sob o mesmo teto”), acompanha a história de duas melhores amigas, Pâmela Jeong e Mariana Lopes. Ambas se tornaram amigas ainda no ensino fundamental, e na verdade, fazem parte de um trio, e o outro participante é o encantador Igor.

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Ficha Técnica
Livro: Eu queria que você soubesse
Autor: Bruna Fontes
Editora: Independente
Número de Páginas: 196
Ano de Lançamento: 2020


“Eu queria que você soubesse”, novo lançamento da autora Bruna Fontes (“Sob o mesmo teto”), acompanha a história de duas melhores amigas, Pâmela Jeong e Mariana Lopes. Ambas se tornaram amigas ainda no ensino fundamental, e na verdade, fazem parte de um trio, e o outro participante é o encantador Igor.

Resenha | É assim que se perde a guerra do tempo – um romance que não tem nada de épico

A história do livro se passa com elas no último ano de Ensino Médio, com muitas preocupações referentes ao futuro, como qual vestibular fazer, o que será da vida pós-escola e muitas inseguranças sobre para onde ir. Nana (Mariana) é uma aluna dedicada e ambiciosa, enquanto Pam (Pâmela) vive para conhecer novas pessoas e colecionar segredos. Já Igor é um garoto charmoso, despreocupado e aéreo sobre as coisas da vida.

“Aquele pacto, por mais infantil que pudesse soar, era uma das coisas mais sagradas na amizade das duas, algo sobre o qual as duas nunca conversavam porque não havia o que ser dito além do fato de que não existia nenhuma exceção.”

O que ninguém sabe é que as duas sempre colocaram a amizade do trio em primeiro lugar, tornando-os inesperáveis, o que inclui um pacto de amizade que fizeram pouco antes de se aventurarem no Ensino Médio. Elas nunca tocam neste assunto, é o segredo mais precioso e silencioso entre elas, porém, quando Mariana está perto de quebrar a aliança que fizeram, os sentimentos das adolescentes entram em ação, transformando a amizade perfeita em verdadeiros frangalhos.

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Pelo título e capa é impossível imaginar a magnitude da mensagem que a autora quer passar, pois, na real, Bruna Fontes transforma a narrativa de “Eu queria que você soubesse” em uma verdadeira montanha russa de emoções, no qual aborda assuntos como transtornos alimentares e relacionamento abusivo de forma exemplar. Ela começa devagar, e quando você percebe, está completamente absorta na história de Mariana e Pâmela, garotas que assim como qualquer outra na fase da adolescência, só querem aprender a caminhar sozinhas e saber usar suas próprias vozes.

“Elas eram apenas duas garotas que sentiam intensamente e foram feitas para serem um milagre, uma maldição, um tiro que saía pela culatra e doía tanto, mas as levava até o fim do túnel uma e outra vez mais. Elas eram duas garotas que choravam e sorriam e amavam como se nunca tivessem sentido nada antes.”

Apesar do livro desenvolver bem as personagens principais, suas inseguranças e as dificuldades dos relacionamentos interpessoais e familiares, Bruna Fontes peca na construção do relacionamento romântico da garota (para descobrir qual, vá ler a história). Particularmente, senti que houveram poucas páginas do meio para o fim em que foram dispostos para o romance em si, as coisas aconteceram de forma rápida, como se a autora estivesse com pressa de acabar, influenciando na conexão do leitor para com a obra.

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De modo geral, “Eu queria que você soubesse” é uma história que vale a pena pelas temáticas abordadas e como são tratadas, mas não se jogue na narrativa achando que vai encontrar um romance avassalador.


Alerta de gatilho: relacionamento abusivo e transtorno alimentar.

Baiana, designer e jornalista. Acredita que vive em seu próprio conto de fadas e se divide entre suas duas obsessões: livros de romance e séries teen.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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