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Review | I Am Not Okay With This – Primeira temporada

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Já durante a divulgação, a Netflix deixou claro o público que ela queria atingir com “I Am Not Okay With This”. Enfatizando que a produção é do mesmo criador de “The End of the F****ing World” e do produtor de “Stranger Things”, dois grandes sucessos da plataforma, a nova série traz elementos das antecessoras, assim como também aposta na nostalgia em um prato cheio de referências aos anos 80.

“I Am Not Okay With This” é uma daquelas produções feitas a partir dos certeiros algoritmos da plataforma. Criada por Jonathan Entwistle, a série é uma adaptação da HQ de Charles Forsman, que também é o autor de “The End of the F****ing World”. E a ligação com a série britânica é bem clara durante esta primeira temporada, principalmente no clima meio melancólico e no tom peculiar no humor. 

Na trama acompanhamos Sydney Novak (Sophia Lillis), uma jovem desajustada que tinha tudo para ser mais uma típica adolescente normal, e ela mesma se descreve desta forma no começo da série, porém ela precisa lidar com o suicídio do pai e as consequências disso nas relações familiares, constantes ataques de raiva e o afastamento da melhor amiga Dina (Sofia Bryant), que começa a namorar o garoto mais popular da escola. E ainda no meio de toda essa confusão na cabeça da Syd: poderes misteriosos. 

A série entrega uma outra grande referência já na primeira cena, com a clássica imagem da menina banhada de sangue, criada em “Carrie, A Estranha”. A obra de Stephen King aparece em vários elementos da temporada, incluindo o misterioso poder que as protagonistas compartilham. Ambas excluídas no colégio, com poucos amigos, mas com personalidades completamente diferentes. Syd não é ingênua como Carrie, mas também enfrenta dificuldades para lidar com os poderes e as mudanças na sua vida, principalmente com assuntos comuns da adolescência, como a descoberta da própria sexualidade, ao perceber ser apaixonada pela melhor amiga.

Os poderes de Syd funcionam como um paralelo para toda essa confusão criada na mente da jovem personagem, principalmente ligado com uma provável depressão, algo que não fica claro na série, ao mesmo tempo que são jogadas várias conexões entre a situação dela com a do pai. Porém, quem for assistir a série explorando algo mais profundo no lado sobrenatural vai acabar se frustrando. Apesar da presença dos poderes como guia para a história, este não é o principal plot da temporada e com isso, foi pouco explorado. 

Com sete episódios, totalizando 156 minutos, a série tem basicamente a duração de um longa metragem, sendo uma maratona bastante agradável e fácil. Mas com o curto tempo e um ritmo desacelerado, o desenvolvimento das situações é algo bastante sutil. A primeira temporada funciona como uma grande introdução para este universo, focando na apresentação desses personagens liderados pela Sydney e o questionamento de seus sentimentos, em uma produção que traz um clima nostálgico, tanto pela fotografia e figurino, apesar de se passar nos tempos atuais, com celular e outras tecnologias.

E em uma temporada bastante focada na introdução dos personagens, um dos grandes destaques é o elenco. Sophia Lillis consegue entregar muito bem toda a perturbação e angustia da mente de Syd, além de ter um grande carisma, fazendo com que a gente se envolva com toda a trama da série. Enquanto isso, Wyatt Oleff é o grande alívio cômico interpretando o amigo Stan. Ele traz o humor de uma forma bastante sensível. A química entre os dois, e também da Sophia com a novata Sofia Bryant, são o ponto alto da produção e elemento fundamental. 

Apesar de ser um frankenstein de várias outras produções de sucesso, IANOWT tem uma primeira temporada muito bem construída, porém deixa aquele gosto de que poderia ter mais. Por um lado isso pode ser positivo para criar um hype para sua continuação (principalmente com o cliffhanger deixado no final, que abre margens para explorar mais os poderes da Syd), mas para algumas pessoas, o pouco que a série entregou neste primeiro ano pode não ser o suficiente. De qualquer forma, com a curta duração, vale a pena investir na maratona e se deixar conquistar por Syd e seus amigos.

Jornalista nascida no Rio de Janeiro e atualmente morando em Fortaleza. Cresceu assistindo filmes da Sessão da Tarde, Dragon Ball e Xena: A Princesa Guerreira. Constantemente falando coisas aleatórias sobre cinema, televisão e música.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

LesB Indica | Badhaai Do – uma salada de casamento de fachada, confusão familiar e amor

No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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