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Resenha | Conectadas – o clichê que toda garota que ama outra garota espera

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Ficha Técnica
Livro: Conectadas
Autor: Clara Alves
Editora: Seguinte
Número de Páginas: 320
Ano de Lançamento: 2019


“A Profecia da Sereia” e Princesa da Magia foi o meu primeiro contato com a escrita de Clara Alves, ambos contos publicados em e-book. “Conectadas”, lançamento de 2019 pela editora Seguinte, foi minha primeira experiência de história longa da autora, e bom, é exatamente aquele clichê que toda mulher leitora e LGBTQIA+ procura na literatura.

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A narrativa traz duas garotas como personagens principais: Raíssa e Ayla. Elas se conheceram jogando Feéricos, um dos games mais famosos do momento e não se desgrudam mais (virtualmente), compartilhando dicas, dia-a-dia e até livros via correios. Só tem um problema: Raíssa joga com um avatar masculino nomeado “Leo” e Ayla não tem ideia  de que está conversando e principalmente, se apaixonando por outra menina.

“Enquanto as outras meninas do fundamental conversavam sobre os garotos de quem gostavam, eu secretamente ficava babando pela beleza da Priscila Pena, do sétimo ano B, ou admirando as curvas da Lena Fernandes, do Ensino Médio. E agora estava apaixonada por uma menina que acha que sou um menino.”

Morando em cidades diferentes, Raíssa nunca acreditou que realmente existiria a possibilidade de conhecer Ayla e revelar seu segredo, então, de mentira em mentira, ela sente que está envolta em uma grande bola de neve e não tem mais como voltar atrás. Ela se sente culpada por isso, e ainda pelo fato de estar gostando de uma garota que a vê como garoto.

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Quando Raíssa pensa que nada pode piorar, a produtora do jogo Féericos lança um concurso com tudo pago para sua primeira feira em São Paulo, e Ayla está determinada a realizar o melhor cosplay e não perder a chance de fazer esse encontro acontecer. Então fica a dúvida: será que elas se encontrarão e se resolverão ou este romance irá por água abaixo quando a verdade for revelada?

Além do conflito entre o possível relacionamento das duas personagens, o livro aborda assuntos como o machismo no mundo dos games, a falta de comunicação dentro de casa e como isso pode afetar uma família, sobre amizade e sexualidade, a importância da honestidade e claro, representatividade LGBTQIA+ em um romance fofinho entre adolescentes.

“E imediatamente eu soube que não, não era loucura. Como poderia ser se eu nunca tinha sentido nada tão certo quanto aquele beijo? Como poderia ser se tudo que eu queria naquele momento era parar o tempo e fazer cada segundo durar uma eternidade?”

“Conectadas” é uma obra que, de início, não te faz amá-lo, mas depois que você se acostuma com as personagens e a história, você realmente se apaixona. A escrita de Clara Alves é fluida e de alguma forma, te prende até o fim, seja pelas suas frases divertidas, a ambientação meio colegial/adolescente ou o romance entre as duas garotas que são tão cativantes, e até mesmo os amigos das protagonistas que são amáveis. É um livro que vale a pena, não só pela representatividade, mas também para todas aquelas que um dia sonharam em se ver/reconhecer nas páginas de um livro.

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Ps: Eu sei que não sou mais adolescente, mas ler este livro despertou sentimentos em mim de quando vi a mulher que gostava pela primeira vez (atualmente minha noiva). Só quem já teve um crush em uma pessoa que está há muitos quilômetros de distância pode entender esta sensação, hahaha. O frio na barriga, a ansiedade e tudo mais é uma coisa que a gente nunca esquece, né? Afinal, amor é amor. Então, estou muito feliz por este livro existir e por garotas que amam garotas poderem ter o prazer de ler.


Obs.: livro cedido pelo Grupo Companhia das Letras para resenha.


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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

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Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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