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Resenha | Cartas para Luísa – uma narrativa dramática do amor entre duas garotas

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Ficha Técnica
Livro: Cartas para Luísa
Autor: Maria Freitas
Editora: Se Liga Editorial
Número de Páginas: 220
Ano de Lançamento: 2020


“Cartas para Luísa” é o terceiro volume da série “Amor entre garotas”, financiamento coletivo que ocorreu no ano passado com o intuito de publicar três romances protagonizados por garotas que amam garotas, sejam elas, lésbicas, bi ou pan.

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No livro de Maria Freitas, acompanhamos a vida de Rafaela, uma garota bissexual, assexual e emo. A história é dividida em duas linhas temporais: o ano de 2009, com várias referências a Cultura POP da época, como lançamentos de músicas e até mesmo a polêmica entre Taylor Swift e Kanye West; e dez anos no futuro, com a personagem principal com diversas indagações e questionamentos sobre as verdadeiras razões dela não ter mais contato com sua melhor amiga, Luísa, por quem era apaixonada na escola.

“O pior era que eu realmente acreditava que salvaria você. Garotas estúpidas fazem coisas estúpidas.”

A história se desenvolve no momento em que Rafaela, através de cartas, relembra suas ações de adolescente, quando decide colocar cartas anônimas na parede da escola endereçada para a garota mais linda.  Como ninguém sabe que é ela que está postando estas cartas, seus colegas e amigos começam os murmúrios para descobrir quem está recebendo declarações públicas e quem é o/a remetente. Sendo assim, suas atitudes influenciam diretamente na sua vida e relações, seja do passado ou do futuro.

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Um ponto a destacar do livro são os sentimentos conflitantes da personagem principal, ela não consegue entender como pode estar apaixonada por sua amiga, ao mesmo tempo estar namorando um garoto e não querer ter contato sexual com nenhum dos dois. As confusões mentais de Rafaela estão sempre presentes na obra de Maria Freitas, e é angustiante perceber a dificuldade que a garota tem em se achar e se entender como assexual, tornando ainda mais complicado explicar para os outros o como ela se sente.

“Meu sentimento sempre foi algo estranho e diferente de tudo o que eu conhecia nos livros, nos relatos e nos
filmes. Não conhecia ninguém, em nenhuma história, real ou não, que sentisse algo da forma como eu sentia.”

Rafaela é uma garota que não se compreende completamente e por causa disso, se fecha e se retrai no seu casulo, sem nem mesmo perceber o que está perdendo. Enquanto isso, do outro lado, temos a personagem de Luísa, uma garota negra, que sofre racismo e na época da adolescência precisa enfrentar obstáculos muito maiores que deveria na sua idade e se vê perdida sem sua melhor amiga que, cada dia que passava, se afastava mais.

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“Cartas para Luísa” é sobre sentimentos e como lidamos com essas cargas emocionais nas nossas vidas. É sobre pensar em como nossas ações do passado vão influenciar no futuro, seja em relações de amizade, amor e principalmente família. O livro é curto, porém carregado de intensidade. Não é a verdadeira comédia romântica, apesar de possuir passagens divertidas, mas sim uma narrativa dramática de amor entre duas garotas perdidas em seus próprios sentimentos.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

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“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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