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Exclusivo | Entrevista com Natasha Negovanlis sobre Carmilla, CLAIREvoyant, representatividade e muito mais

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Natasha Negovanlis é uma atriz, cantora e escritora canadense que se tornou mundialmente famosa após estrelar, ao lado de Elise Bauman, uma websérie chamada “Carmilla”, história baseada no conto de ficção do escritor Joseph Sheridan Le Fanu de 1872. A produção gerou um filme, um livro com lançamento previsto para 2019 e rumores que apontam uma possível série em horário nobre.

Mas o currículo de Negovanlis continua a crescer. Além de participações em outras webséries e no recente filme “Freelancers Anonymous”, ela ainda se aventurou por trás das câmeras, e junto com a atriz Annie Briggs co-criou e co-escreveu “CLAIREvoyant”.

A Myrella Oliveira teve a oportunidade de fazer algumas perguntas à Natasha, em nome do LesB Out!, para saber mais sobre os projetos e planos para o futuro. Você confere a entrevista abaixo.

Myrella Oliveira: Seu mais recente trabalho no Kinda TV foi a websérie “CLAIREvoyant”, na qual você atuou, co-criou, co-produziu e co-escreveu ao lado de Annie Briggs. Como foi essa experiência para você, de trabalhar diante e por trás das câmeras?

Natasha Negovanlis: Trabalhar em “CLAIREvoyant” com uma das minhas melhores amigas, Annie Briggs, foi um sonho! Como atriz, existem muitos aspectos da minha carreira que estão fora do meu controle, então foi um presente poder escrever e criar personagens femininas do jeito que eu queria, e poder proporcionar uma representatividade positiva e realista para os telespectadores queer. Eu também sou uma pessoa que nunca está satisfeita em fazer somente uma coisa. Eu gosto de me esforçar constantemente, então eu amo poder desafiar e explorar diferentes partes da minha mente e habilidades. Eu sou mais feliz quando estou usando minha criatividade ao máximo então essa experiência foi realmente especial para mim.

MO: Claire é uma personagem infinitamente diferente de Carmilla, até aposto que Carmilla tiraria sarro dela, mas você diria que Claire “herdou”, por assim dizer, algum traço da sua personalidade? Você se vê em algumas das situações em que ela se meteu?

NN: Eu tento encontrar coisas que eu possa me identificar em todos os personagens que faço, e tento inserir aspectos próprios em cada um. Apesar do fato de serem pessoas bem diferentes, eu tenho muito em comum com Carmilla, e tenho muito em comum com Claire. Mulheres são criaturas complexas e eu certamente não sou alguém unidimensional. Eu devo dizer no entanto, mesmo sendo embaraçoso, que Carmilla é muito melhor em ser sexy com outras mulheres do que eu. Claire definitivamente herdou suas habilidades de flerte comigo. (Risos)

MO: “Carmilla” foi uma série que teve um grande sucesso ao redor do mundo e é muito importante para muitos dos seus telespectadores. Quando você começou essa série, imaginou que seria esse enorme sucesso e que afetaria sua carreira dessa maneira? Como você se sente sobre isso?

NN: Eu acho que eu e minha co-protagonista (Elise Bauman) tivemos uma ideia de que esse projeto seria especial, mas certamente superou nossos sonhos mais loucos. Algo sobre “Carmilla” parecia especial, e eu tinha uma ideia de que seria bom para a minha carreira, mas eu não acho que ninguém imaginava que seria um sucesso global! Eu me sinto muito sortuda.

MO: Os fãs de “Carmilla” são muito apaixonados e você já participou de alguns eventos com eles. Como é o seu relacionamento com os seus fãs? Como é ter tantas pessoas que te admiram pelo seu trabalho?

NN: Meu relacionamento com meus fãs é incrível! Eu sou muito grata por estar na posição de liderança que estou. Os fãs geralmente me dizem que meu trabalho salvou suas vidas, mas, honestamente, eu acho que eles salvaram a minha. É realmente incrível poder criar uma mudança social positiva através da minha arte, e sentir que estou vivendo para um propósito além de alimentar o meu ego.

MO: Além de ser atriz, escritora e cantora, você também é muito admirada pelo seu trabalho nas redes sociais e por estar sempre engajada e lutando pela comunidade LGBTQ+. O que você acha sobre o estado atual da representatividade queer na mídia?

NN: Eu acho que a representatividade da comunidade queer na mídia está melhorando, mas nós ainda temos muito trabalho a fazer e a luta está longe de acabar. Espero que comecemos a ver mais diversidade com personagens queer e que mais filmes e séries normalizem as narrativas LGBTQ+.

MO: O que você pode nos dizer sobre a sua personagem Gayle, em um dos seus mais recentes trabalhos, “Freelancers Anonymous”?

NN: Gayle é uma atriz esforçada, e uma nerd de teatro musical, que é realmente peculiar e engraçada. Ela é super  teatral então me diverti muito a interpretando!

Natasha Negovanlis no filme Freelancers Anonymous

MO: “Freelancers Anonymous” é um filme independente com algumas mulheres incríveis em seu elenco e equipe. Para você, qual foi a melhor parte de trabalhar neste filme com essa equipe?

NN: Trabalhar em “Freelancers Anonymous” foi uma das minhas melhores experiências em set. Teve muita improvisação, e risadas, e parecia um acampamento de verão! Eu me senti honrada em poder trabalhar ao lado de tantas mulheres talentosas. Especialmente nossa diretora, Sonia Sebastian, que foi realmente generosa com seus atores.

MO: O que o futuro espera para Natasha Negovanlis? Você pode nos contar um pouco sobre seus planos e projetos futuros? Você pensa em vir ao Brasil um dia?

NN: Essa é a primeira vez em dois anos que eu não sei o que o futuro imediato me reserva, o que pode ser assustador mas também emocionante! Quero focar em atuar e espero continuar interpretando personagens femininas bem escritas. Eu também espero continuar criando minhas próprias histórias, e suspeito que ainda haverão muitas viagens no meu futuro. Se eu tiver a chance, adoraria visitar o Brasil. Eu sei que tenho uma base de fãs brasileira apaixonada e adoraria ter a chance de conhecer todos vocês!


Você pode conferir todos os episódios de “Carmilla” e “CLAIREvoyant” no canal do youtube Kinda TV, além de outros trabalhos da atriz. O filme “Freelancers Anonymous” ainda não tem previsão de chegada ao Brasil.

Foto destaque de Aaron Chartrand

Myrella Oliveira é a co-criadora do LesB Out!, estudante de Publicidade, designer e sonha mais do que pode realizar. Acumula livros que não tem tempo pra ler e séries que não tem tempo para assistir. Feminista, bissexual e orgulhosa, além de ser esquecida e absurdamente dramática. Enxerga o mundo de um jeito bem singular. Mora no litoral ensolarado do Rio de Janeiro.

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

LesB Indica | Badhaai Do – uma salada de casamento de fachada, confusão familiar e amor

No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando

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