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Crítica | Rua do Medo: 1978 – segunda parte chega com cara de clássico

Esta parte mostra a história de C. Berman (Gillian Jacobs), uma mulher assustada que foi a única sobrevivente do massacre de 1978 ocorrido na cidade de Shadyside, conhecida como a capital do assassinato. Conhecemos essa personagem apenas por nome em “Rua do Medo: 1994 – Parte 1” e aqui ela surge em carne e osso para Deena (Kiana Madeira) e Josh (Benjamin Flores Jr.), que buscam uma maneira de salvar Sam (Olivia Welch) das garras da bruxa Sarah Fier. E assim C. Berman começa a nos contar sua história.

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“Em Shadyside o passado nunca é passado”

A segunda parte da trilogia “Rua do Medo (Fear Street)” acaba de chegar à Netflix com “Rua do Medo: 1978 – Parte 2” e dessa vez os anos 1970 vieram com tudo. O longa-metragem faz parte da trilogia cinematográfica adaptada da série de livros “Rua do Medo”, do autor estadunidense R.L. Stine (escritor da famosa série infanto-juvenil dos anos 1990 “Goosebumps”), e conta com a direção de Leigh Janiak (“Honeymoon”). A série original é composta por mais de 50 livros, contudo, para as telinhas foram escolhidas apenas três histórias, que se passam em 1994, 1978 e 1666, ano em que uma bruxa amaldiçoou a cidade de Shadyside.

Crítica | Rua do Medo: 1994 – um presente para os amantes de terror e os anos 1990

Esta parte mostra a história de C. Berman (Gillian Jacobs), uma mulher assustada que foi a única sobrevivente do massacre de 1978 ocorrido na cidade de Shadyside, conhecida como a capital do assassinato. Conhecemos essa personagem apenas por nome em “Rua do Medo: 1994 – Parte 1” e aqui ela surge em carne e osso para Deena (Kiana Madeira) e Josh (Benjamin Flores Jr.), que buscam uma maneira de salvar Sam (Olivia Welch) das garras da bruxa Sarah Fier. E assim C. Berman começa a nos contar sua história.

Em “Rua do Medo: 1978” os adolescentes das cidades de Shadyside e Sunnyvale vão para o acampamento Nightwing no verão para se divertir na natureza e lá conhecemos Ziggy (Sadie Sink, a Max da série “Stranger Things”), uma adolescente rebelde que é famosa por causar problemas, e sua irmã mais velha Cindy (Emily Rudd), a típica certinha, responsável e extremamente racional.

Certo dia a pacífica enfermeira Mary Lane (Jordana Spiro), mãe de Ruby Lane, já conhecida assassina dos anos 1960, tenta matar Tommy (McCabe Slye), mas falha. E logo descobrimos o que motivou tal ato, o garoto foi escolhido pela bruxa para ser o próximo assassino da cidade. Pouco depois o diário da enfermeira é encontrado pelos amigos de Cindy, e Alice (Ryan Simpkins) e Arnie (Sam Brooks) descobrem nele informações valiosas sobre a bruxa, sua maldição e como destruí-la. Entre sustos, gritos e sangue, começa a corrida para quebrar a maldição de Sarah Fier sobre Shadyside.

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Embora a trilogia de “Rua do Medo” esteja ligada pela cidade de Shadyside e a maldição da bruxa nos três plots, é interessante perceber que, na versão cinematográfica, os filmes são muito diferentes em sua execução. E isso acontece pois cada um deles é uma homenagem aos longas-metragens da época em que se passa. “Rua do Medo: 1994 – Parte 1” trouxe toda a técnica e referência dos anos 1990 como shoppings, bipes e assassinos de túnica, já “Rua do Medo: 1978 – Parte 2” trouxe com ele o acampamento, rádios e assassinos de máscara.

Aqui as técnicas de filmagem são feitas com enquadramentos que se afastam e se aproximam gradualmente do foco e podem causar estranheza aos olhos acostumados ao estilo de hoje. Outro ponto alto é a trilha sonora recheada de rock dos anos 1970, bandas como Kansas (com Carry On My Wayward Son”, conhecida no Brasil pela série “Supernatural”), David Bowie e Joan Jett em “The Runaways”. Além de trazer também os clássicos de uma produção de terror, com violinos agudos e vozes guturais, quase sobrenaturais nos momentos de tensão.

E uma jogada de mestre feita pela trilha sonora de “Rua do Medo: 1978 – Parte 2”, que merece menção honrosa, é: no início do longa surgem os acordes da música “The Man Who Sold The World”, acompanhados da voz de Kurt Cobain, na música gravada pela banda Nirvana em 1994, e logo nos vemos na Shadyside dos nos 1990 já que o filme utiliza a moldura narrativa, começando em 1994 para só depois entrar na história de 1978. Entretanto, essa canção na verdade é do cantor David Bowie e foi originalmente gravada em 1970, e ao fim desta segunda parte, quando C. Berman termina de contar sua história, a música ressurge para nos ajudar na transição dos anos 1970 de volta aos anos 1990. Desta forma, a canção que foi gravada nas duas décadas, se conectam no filme, sendo este um detalhe que pode passar desapercebido por muitos, contudo, merece ser parabenizado.

Assim como a fotografia e a trilha mudam para homenagear a época, em “Rua do Medo: 1978”, também o faz nosso assassino que tira vidas com um machado, que incialmente não apresenta nenhum aspecto particularmente bizarro até que uma máscara feita de um saco de batata é colocada em sua cabeça, o que o coloca no hall dos grandes assassinos ao lado de Michael Myers de “Halloween”, Leatherface de “O Massacre da Serra Elétrica” e Jason de “Sexta-feira 13”. Além disso, o longa-metragem traz referências de um tipo não explorado no anterior, a de livros. Ali os personagens conversam sobre serem fãs de “Carrie, a Estranha” e “A Hora do Vampiro”, de Stephen King, obras clássicas da literatura de horror.

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A juventude da época é representada pela divisão entre os certinhos, principalmente vindos de Sunnyvale, e os disfuncionais, de Shadyside, que são rebeldes, problemáticos e cínicos (comportamento que vemos na protagonista Ziggy, em 1978, e em Deena, em 1994). Mas aqui os últimos tem o charme especial da época: sexo, drogas e rock’n’roll.

“Rua do Medo: 1978” une os subgêneros do terror, slasher e sobrenatural de bruxa, com maestria para a alegria dos fãs. Ele já chegou com cara de clássico, mas com uma roupagem moderna onde as mulheres são as heroínas que salvam o dia. E para quem já está ansiosa para a última parte “Rua do Medo: 1666 – Parte 3”, ela já está quase saindo do forno e a data de lançamento é 16 de julho. Então preparem suas almas, pois será a hora da bruxa!

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Crítica | Por Trás da Inocência – longa-metragem com potencial não explorado

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“Por Trás da Inocência” é um filme de 2021 que conta a história de Mary Morrison (Kristin Davis), uma famosa escritora de suspense, se preparando para embarcar em uma nova obra, a autora decide contratar uma babá para ajudar nos cuidados com as crianças.

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No entanto, a trama sinistra do livro começa a se misturar com a realidade. Mary seria vítima de uma perigosa intrusa, ou estaria imaginando as ameaças? Conforme o livro da escritora se desenvolve, a vida dos familiares é colocada em risco.

Quando assistimos a candidata a babá Grace (Greer Grammer) entrar pela porta, ela faz uma cara de psicopata à câmera. Clássico. E em uma de suas primeiras frases, a garota comportada até demais afirma: “Eu sou um pouco obsessiva”. E é neste momento que já conseguimos pensar no que vem pela frente.

O que mais incomoda nessa personagem é que ela foi fetichizada desde o início de “Por Trás da Inocência”. Ela parece ser constantemente usada para justificar a “nova” atração de Mary por mulheres, que até então nunca tinha acontecido. É como se Mary tivesse sido privada de todos os seus desejos e somente com a chegada dela tudo emergisse.

Soa familiar para vocês?

LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

A diretora e roteirista Anna Elizabeth James tem a mão leve para a condução das cenas. Talvez ela tema que suas simbologias não sejam claras o bastante, ou duvide da capacidade de compreensão do espectador. De qualquer modo, ressalta suas intenções ao limite do absurdo: o erotismo entre as duas mulheres se confirma por uma sucessão vertiginosa de fusões, sobreposições, câmeras lentas e imagens deslizando por todos os lados, sem saber onde parar.

A escritora bebe uísque e fuma charutos o dia inteiro (é preciso colocar um objeto fálico na boca, claro), enquanto a funcionária mostra os seios, segura facas de maneira sensual e acidentalmente entra no quarto da patroa sem bater na porta. “Por trás da inocência” se torna um herdeiro direto da estética soft porn da televisão aberta por suas simplicidades e exageros. Ou seja, típico filme feito para agradar homens.

Este é o clássico filme sáfico que poderia ser muito bom, mas foi apenas mediano. Infelizmente, o longa só nos mostra mais uma vez o quanto ainda temos um longo caminho pela frente nessa indústria.

ANNE+: O Filme e o relacionamento de Anne e Sara em uma nova fase

“Por trás da inocência” está disponível para assistir na Netflix.

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LesB Cast | Temporada 2 Episódio 02 – The Wilds e teorias para a segunda temporada

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Fala LesBiCats, o LesB Cast está de volta com um novo episódio. Desta vez, vamos conversar sobre a série do Prime Video “The Wilds”, que retorna dia 6 de maio, o desenvolvimento das personagens ao longo da primeira temporada e PRINCIPALMENTE, o que esperamos do segundo ano da produção. Estão preparadas para nossas teorias?

Nesta edição contamos com a presença da nossa apresentadora Grasielly Sousa, nossa editora-chefe Karolen Passos, nossa diretora de arte Bruna Fentanes e nossa colaboradora França Louise. E aí, vamos conversar sobre “The Wilds”?

Se você gostar do nosso podcast, quiser fazer uma pergunta ou sugerir uma pauta, envie-nos uma DM em nossas redes sociais ou um e-mail para podcast@lesbout.com.br 😉

Créditos:

Lembrando que nosso podcast pode ser escutado nas principais plataformas como: Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music e Google Podcasts.

Espero que gostem. Até a próxima!

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LesB Saúde | A descoberta tardia da sexualidade

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Com a evolução de se ter a cultura sáfica (sáfica aqui carrega o sentido de mulheres que se relacionam com outras mulheres) sendo representada em produções artísticas e na mídia como livros, filmes e séries, se observarmos bem, nesses espaços o tema, na maioria das vezes, vem sendo abordado com a descoberta da sexualidade durante a adolescência. E sim, é importante ter essas produções voltadas para a identificação do público juvenil, entretanto, também se faz importante discutir sobre as possibilidades dessa descoberta em outras fases da vida, esse texto tem a intenção de refletir sobre isso.

Diante das outras possibilidades da descoberta, podemos usar como exemplo o recente casal Gabilana (Gabriela e Ilana) que vem sendo bastante falado; as personagens são interpretadas por Natália Lage e Mariana Lima na novela “Um Lugar ao Sol”, da Rede Globo. Casal esse que conseguiu ficar junto na trama só depois de 20 anos após se conhecerem, depois dos desencontros da vida. Durante o desenvolvimento da história das duas podemos perceber como elas lidaram com a heterossexualidade compulsória, o medo do julgamento e de se permitirem vivenciar quem são de verdade.

Pro Mundo (Out!) | Um pouco sobre Ilana Prates de “Um Lugar ao Sol”

Devemos considerar também que, para além de toda a invisibilidade percebida na mídia, o nosso dia a dia também faz parte desse processo de reconhecimento. Estamos atentas para conhecermos e conversarmos com mulheres que vivem essa realidade depois de certa idade, sendo esta uma idade que a sociedade julga como “errada” para descobrir a sua sexualidade. Portanto, o que essas mulheres sentem depois que percebem que estão nessa situação?

A experiência de mulheres que passam por essa descoberta “tardia” não envolve só a descoberta em si, mas devemos olhar também para outras complexidades que vêm com isso, como o sentimento de invalidação da sua sexualidade, além do possível sofrimento causado depois de anos experienciando o que as impedem de viver plenamente o que sentem.

Review | Heartstopper – Primeira Temporada

A representação da mídia traz aqui um papel importante, já que provavelmente mulheres dessas vivências passam pelo questionamento “não existem pessoas como eu?” e indagações semelhantes. A sensação de reconhecimento, além da troca com outras mulheres que passam pelo mesmo, pode importar e fazer a diferença na vida de quem é atravessada por essas questões.

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Bombando